“O senhor Presidente da República reconheceu na sua mensagem que há um novo clima político e social no nosso país e refere também que 2016 terá sido um ano de pequenos passos de gestão imediata”, assinalou Pedro Soares, destacando que, do ponto de vista do Bloco, “foram passos muito importantes, passos no caminho certo e, devemos dizer também, que foram passos que frequentemente foram em confronto com a direita e com a própria União Europeia”.
Durante a conferência de imprensa que teve lugar este domingo, o deputado bloquista reagiu à mensagem de ano novo de Marcelo Rebelo de Sousa lembrando que “estas políticas que o senhor Presidente da República agora considera que são benéficas para o país foram políticas em rutura com o Governo anterior do PSD e CDS e são, de facto, políticas que determinam um novo caminho para o nosso país, que recuperaram rendimentos do trabalho, pensões, permitiram o aumento do salário mínimo nacional, foram políticas que reestabeleceram as 35 horas semanas e os feriados”.
“Foram, de facto, políticas que configuraram um caminho que foi considerado frequentemente, tanto pela direita como pela União Europeia como um caminho impossível”, reforçou.
Pedro Soares apontou que “o senhor presidente da República refere também que ainda há muito para fazer no âmbito do crescimento da economia, do Estado Social e também da dívida pública, e é certo que assim é”.
Afirmando que “essas declarações do senhor Presidente da República transportam-nos para a necessidade absoluta de colocar em cima da mesa o problema da reestruturação da dívida mas também a questão das regras do Euro, que são regras que têm vindo a empobrecer as economias do sul, as economias como a portuguesa”, o dirigente do Bloco defendeu que, para “qualquer processo de recuperação económica e também de maior apoio, absolutamente essencial, ao Estado Social são essenciais essas políticas que coadunem com a reestruturação da dívida e também com uma nova definição das regras do euro”.
Pedro Soares avançou que é preciso “aprender com o ano de 2016”, salientando que “foram estas políticas de esquerda, resultantes de um acordo parlamentar à esquerda, que permitiram criar este novo caminho” e que “são precisamente novas políticas à esquerda que poderão fazer com que 2017 seja um ano melhor para Portugal, para os portugueses e para as portuguesas”.
"Estabilidade social e política" é "indesmentível"
"2016 foi o ano da gestão do imediato, da estabilização política e da preocupação com o rigor financeiro. 2017 tem de ser o ano da gestão a prazo e da definição e execução de uma estratégia de crescimento económico sustentado. Aprendendo a lição de que, no essencial, tivemos sucesso quando nos unimos", afirmou o Presidente da República na mensagem de Ano Novo.
Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que é "indesmentível" a existência de "estabilidade social e política", assinalando que “que demos passos - pequenos que sejam - para corrigir injustiças e criámos um clima menos tenso, menos dividido, menos negativo cá dentro e uma imagem mais confiável lá fora, afastando o espetro da crise política iminente, de fracasso financeiro, de instabilidade social que, para muitos, era inevitável”.
“Tudo isto foi obra nossa - nossa, de todos os portugueses. No entanto, ficou muito por fazer", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “o caminho para 2017 é muito simples - não perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no ano passado. Não perder estabilidade política, paz e concertação, rigor financeiro, cumprimento de compromissos externos, maior justiça social, formação aberta ao mundo, proximidade entre poder e povo".