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Bloco desmente Rui Tavares
Num artigo recente no jornal Público, Rui Tavares referiu-se à intervenção de Catarina Martins sobre o “Livro Branco” da Comissão Europeia nos seguintes termos:
“Trata-se do maior retrocesso de um partido em matéria europeia de que tenho memória, e aqui tenho bastante memória: em 2009 fui independente numa candidatura europeia do BE que propunha, por exemplo, redigir uma Constituição para a UE no Parlamento Europeu e criar um Senado Europeu.”
O Bloco de Esquerda emitiu uma nota ao jornal Público desmentindo o ex-eurodeputado e afirmando que "é falso que essa lista de 2009 tivesse como programa uma “uma Constituição para a UE no Parlamento Europeu e criar um Senado Europeu”. Nenhuma dessas propostas faziam parte do programa eleitoral do Bloco de Esquerda nas eleições europeias de 2009. Esse programa, aliás, apresentava claramente a proposta de um caminho distinto".
Rui Tavares foi candidato independente nas listas do Bloco às eleições europeias em 2009, tendo sido eleito em terceiro lugar. Pouco tempo depois da eleição, afastou-se do partido, mantendo o cargo de eurodeputado. O programa do Bloco nessas eleições está disponível integralmente aqui.
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Equívoco
O documento "linkado" (Compromisso eleitoral da candidatura do Bloco às europeias) não menciona explicitamente as ideias a que o Rui Tavares se refere. Menciona um «novo Tratado Europeu pelo Parlamento Europeu» num contexto onde é claro o apelo à maior integração europeia com objectivos progressistas, mas não refere explicitamente nem uma Constituição nem um Senado. À primeira vista parece que o BE tem razão no seu desmentido.
Acontece que o cabeça de lista do BE nessas eleições (Miguel Portas) detalhou aquilo que tinha em mente a esse respeito num texto publicado no Público: http://www.publico.pt/opiniao/jornal//europa-minimal-nao-obrigado-220796
Nesse texto afirmou:
«A alternativa ao defunto Tratado Constitucional é um novo Tratado Constitucional. A sua redacção seria da competência do próximo Parlamento Europeu.
[...]
O novo tratado respeitaria a soberania dos estados e a dos cidadãos. Esta tensão traduzir-se-ia numa câmara onde os deputados são eleitos em função da população e num senado onde cada estado, pequeno ou grande, tem igual número de representantes. Os governos deixariam de ter o monopólio da representação dos estados»
Fica portanto claro que o BE se enganou ao desmentir Rui Tavares. O esquerda.net deveria noticiar o equívoco.
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