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Bloco defende que nas áreas protegidas não haja exploração mineira

Catarina Martins anunciou, este domingo na Guarda, que o Bloco já pediu a apreciação do decreto do Governo que regulamenta a exploração mineira, “para não deixar que haja exploração nas áreas protegidas e para não deixar que as populações sejam confrontadas com factos consumados”.
Catarina Martins falando na apresentação da candidatura bloquista da Guarda
Catarina Martins falando na apresentação da candidatura bloquista da Guarda

O decreto-lei do Governo sobre mineração, prevê que “pode haver minas em todo o lado, até em áreas protegidas” e, além disso, “afasta as populações de conhecerem o que está a acontecer no seu território”, denunciou a coordenadora do Bloco de Esquerda.

Catarina Martins fez estes alertas este domingo, na apresentação da candidatura do Bloco de Esquerda ao município da Guarda, em que José Manuel Mendes encabeça a candidatura à Câmara Municipal e Bárbara Xavier é a primeira candidata à Assembleia Municipal.

A coordenadora bloquista assinalou também que as autarquais são ouvidas, mas “não exatamente sempre muito ouvidas, quando há concursos públicos menos, quando não há mais, num sistema que eu diria que não é propriamente um exemplo de transparência de audição”.

E, o decreto “afasta as populações de conhecerem o que está a acontecer no seu território”, afirma Catarina Martins. “Foi prometido que as populações eram muito ouvidas”, diz a coordenadora bloquista, salientando que “depois só há condições de acompanhamento onde as populações locais de cada sítio estiverem realmente envolvidas, quando for necessário”.

“Quem decide e por que não há em todos os casos?”, questiona Catarina Martins, sublinhando que “as populações não estão envolvidas nas comissões de acompanhamento nos períodos” iniciais. E, sintetiza: “Ou seja as populações só são chamadas quando há já o facto consumado!”

Exemplificando com um caso ocorrido na Guarda, da experiência de uma cratera a céu aberto, Catarina Martins afirma a concluir a questão das minas:

“Nós sabemos que é mesmo preciso envolver as populações locais. Pedimos já a apreciacção do decreto-lei que regulamenta a exploração mineira para não deixar que haja exploração nas áreas protegidas, para não deixar que as populações sejam confrontadas com factos consumados”.

E sublinhou ainda que “a fatura do seu ambiente, da sua saúde pública, tem de ser conhecida [pela população] em todas as decisões que forem tomadas, ou teremos, como já tivemos tantas vezes, a tragédia de nos prometerem minas ricas, que nunca fizeram o povo rico e só empobreceram o território”.

Na sua intervenção, a coordenadora bloquista falou ainda do Plano Ferroviário Nacional, que o Bloco de Esquerda foi o primeiro partido a apresentar, e frisou: “o interior do país não pode ser um corredor de mercadorias entre os portos e Espanha, mas tem que ter direito ao transporte ferroviário que serve as suas populações e que serve a sua economia local”.

E, falou também do investimento no território, sublinhando que fundos significativos no território “tenham como critério também o emprego que gera em cada local o investimento que é feito”.

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