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Bloco defende modernização prioritária da Linha do Vouga

"A linha do Vouga atravessa um território com 410 mil habitantes e, se não tem grande uso atualmente, é porque está votada ao abandono", explica Moisés Ferreira. Bloco apresentou projeto de resolução para modernização prioritária da Linha do Vouga e pretende que a obra seja incluída no plano nacional de investimentos ferroviários.
Bloco de Esquerda apresentou o projeto de resolução em Oliveira de Azeméis.

 “A linha do Vouga atravessa um território com 410 mil habitantes e, se não tem grande uso atualmente, é porque está votada ao abandono. Com carruagens velhas e velocidades médias de 30 quilómetros por hora ou até 10 em alguns troços, já não serve as necessidades das pessoas”, defendeu o deputado bloquista Moisés Ferreira.

“A modernização da linha podia fazer dela um recurso muito mais procurado. Foi o que aconteceu com uma ferrovia idêntica em Guimarães, que, antes de ser intervencionada, tinha 220 mil utilizadores por ano e, depois de ser ligada à Linha do Norte, passou a ter dois milhões de passageiros anualmente - o que é quase 10 vezes mais”, realçou.

O Bloco pretende que sejam implementadas uma série de alterações para a modernização do serviço, a começar pela correção do traçado do percurso, já que em troços como o de São Paio de Oleiros, no concelho de Santa Maria da Feira, “as curvas são tão apertadas que obrigam o comboio a circular a 10 quilómetros à hora”.

Outra medida seria o alargamento da largura entre carris, já que, atualmente, a Linha do Vouga “é a única com via estreita no país e também a mais lenta”.

Outras exigências do Bloco são a ligação do Vouga à Linha do Norte, em Espinho, onde ambas as ferrovias se cruzam, para facilitar o acesso aos comboios com direção ao Porto e a Lisboa, a renovação das carruagens, a melhoria da sinalização, a eletrificação da linha e a requalificação das estações.

Para Moisés Ferreira, trata-se de fazer o serviço “recuperar da degradação a que está votado” desde que, em 2011, o Governo PSD e CDS quis encerrar a Linha do Vouga.

Atualmente, a linha só funciona nos troços de Espinho a Oliveira de Azeméis, a norte, e no de Sernada do Vouga até Águeda e daí até Aveiro. Pelo meio, entre Azeméis e Sernada, a circulação ferroviária foi interrompida em 2013 devido à degradação dos carris, passando a ex-Refer a suportar os custos da deslocação por autocarro e táxi dos passageiros que antes dependiam do comboio.

O custo global da modernização para a totalidade da linha, segundo um estudo encomendado pela Área Metropolitana do Porto está estimado entre 70 e 80 milhões de euros.

“Não nos parece que esse seja um valor elevado, a avaliar por todos os benefícios que a intervenção traria para uma comunidade tão grande e que passaria a recorrer muito mais ao comboio, não só para circular no território da Linha do Vouga, mas também para se deslocar ao Porto e a Lisboa”, declarou Moisés Ferreira.

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