You are here

Bloco defende atribuição de espaços municipais para a produção cultural

Candidato do Bloco à Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, propõe "utilizar espaços devolutos, tanto municipais, como do Estado, em regime de protocolo com o município", para a produção cultural.

"Uma das propostas do Bloco será disponibilizar património municipal para que existam agentes culturais a produzir Cultura e Arte que possam ser usufruídas pelos lisboetas", afirmou o candidato no final do debate sobre políticas culturais para Lisboa, que teve lugar na Livraria Pó dos Livros, e que também contou com a participação de André Lança, Jacinta Bugalhão e Bruno Cochat.

"Os poucos espaços que existem estão sob controlo da EGEAC [empresa municipal responsável pela Gestão de Equipamentos e Animação Cultural] e, portanto, aceder a estes espaços para poder fazer produção cultural é muito difícil", frisou.

Ricardo Robles propôs "utilizar espaços devolutos, tanto municipais, como do Estado, em regime de protocolo com o município", dando o exemplo do protocolo feito entre o município e o Governo relativo ao edifício da Antiga Manutenção Militar, no Beato, que será dinamizado pela autarquia para alojar um polo criativo e empreendedor.

O candidato assinalou que poderia ser implementado o mesmo modelo na Colina de Santana, onde "os vários imóveis [de antigos hospitais] que estão devolutos podem ser disponibilizados para a produção cultural".

Robles também fez referência à "pressão urbanística na cidade perante a Direção-Geral do Património Cultural", lamentando que "o património não se sobreponha aos projetos da Câmara".

"Lisboa é uma das capitais europeias e talvez mundiais com mais relevo em termos de património, arqueológicos por exemplo, e isso tem de ser valorizado", avançou, lembrando recentes descobertas, como parte da Muralha Fernandina nas obras de construção de um funicular na Graça.

"No executivo camarário não há ninguém com visão para a área do património cultural"

"Nunca tivemos a nível do executivo camarário alguém com visão para a área do património cultural, agora ainda mais", lamentou Jacinta Bugalhão.

"Em Lisboa existe com muita frequência uma aliança entre o executivo municipal e a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) para licenciar obras danosas", apontou a arqueóloga, afirmando terem existido “contactos diretos entre Salgado e a diretora da DGPC para obrigar à aprovação do projeto do funicular da Graça”.

"Não era obrigatório para a construção do elevador da Graça destruir a muralha Fernandina", frisou.

Jacinta Bugalhão alertou ainda que "Lisboa não tem uma política direta para a salvaguarda do património ribeirinho” e “não tem equipamento, nem se preocupa em ter, para preservar objetos arqueológicos".

Já o agente cultural André Lança falou sobre as dificuldades do associativismo cultural na cidade e o coreógrafo Bruno Cochat fez referência à precariedade na Cultura: "Vamo-nos habituando à precariedade na Cultura e já ninguém questiona".

 

Termos relacionados Política
(...)