You are here

Bloco condena "política da dissimulação, chantagem e destruição"

Na interpelação ao Governo para fazer o balanço de três anos do memorando da troika, Catarina Martins afirmou que o contrato social em Portugal "está em permanente reestruturação, para que a dívida, essa, seja sacrossanta".
Catarina Martins durante a interpelação do Bloco ao Governo

"Todos os contratos foram rasgados por este governo. Desde o mais importante compromisso para com os trabalhadores, que é o seu salário, até à confiança que foi celebrada com os pensionistas, nenhum escapou", assinalou a coordenadora bloquista na intervenção de abertura na interpelação parlamentar desta sexta-feira. Catarina Martins acusou o Governo de transformar "todas as garantias jurídicas dos trabalhadores em letra morta, mas nunca, nunca pensar em renegociar as PPP’s, as rendas excessivas energia ou, heresia das heresias, os juros de uma dívida que todos sabem ser impagável".

Para a coordenadora do Bloco, está para continuar a estratégia de "dissimulação, chantagem e destruição" que o Governo tem promovido desde que tomou posse: "Dissimulação de quem prometeu cortar nas gorduras – versão PSD – e cortar nas despesas intermédias – versão CDS – para depois cortar salários, pensões e Estado Social"; "Chantagem de quem prometeu que fazendo alguns cortes outros se evitariam, para apenas fazer sempre mais e mais profundos cortes, usando a dívida como a arma de assalto"; "Destruição do tecido económico, do emprego, dos serviços públicos, do trabalho digno", explicou a deputada bloquista, sublinhando que a estratégia se mantém com o fim do memorando.

"Em vez de indexar pensões e salários ao crescimento económico, indexem a dívida" 

Na sua intervenção, Catarina Martins deixou uma proposta concreta, numa altura em que o Governo se prepara para indexar os aumentos das pensões e salários ao crescimento económico: "condicionar o pagamento da dívida ao crescimento económico". "Já foi feito, nada mais nada menos do que pela Alemanha", lembrou a coordenadora do Bloco. 

"A discussão sobre o pós-troika é a discussão sobre alternativas e caminhos", concluiu Catarina Martins, sublinhando a necessidade de saber "se o país aguenta décadas de uma austeridade sem outro propósito que não seja produzir um exército de pobres com baixos salários, ou se, pelo contrário, temos a coragem de defender os direitos dos cidadãos e reestruturar a dívida para libertar espaço para o investimento e criação de emprego".

Em defesa do Governo no debate surgiu o vice-primeiro-ministro Paulo Portas, que começou por censurar o encontro com jornalistas promovido pelo secretário de Estado da Administração Pública, em que anunciou os planos dos cortes permanentes para as pensões de reforma. "O que aconteceu foi um erro, não devia ter acontecido", reconheceu Paulo Portas, não esclarecendo se o erro se devia ao timing do anúncio feito a dois meses das eleições europeias. 

"Dissimulação, chantagem e destruição foram as marcas do governo da troika"

"Foi Paulo Portas que também baixou os juros da Grécia?"

Termos relacionados Política
(...)