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Bloco Açores propõe aumento do salário mínimo regional

A região tem a proporção mais elevada do país de trabalhadores a receber salário mínimo e historicamente nela a inflação faz-se sentir mais fortemente. Das várias propostas do partido para combater a inflação, aprovadas por unanimidade no parlamento regional, só uma avançou e o governo meteu as outras na gaveta, denuncia-se.
Maçã num carrinho de compras. Foto de Hernán Piñera/Flickr.
Maçã num carrinho de compras. Foto de Hernán Piñera/Flickr.

Para contrariar os efeitos da inflação, o Bloco de Esquerda dos Açores entregou esta quarta-feira no parlamento regional uma proposta de aumento do complemento regional ao salário mínimo de 5% para 7,5%. Este aumento traduz-se em mais 17,63€ por e mais 246,82€ num ano.

Esta medida surge integrada num pacote de medidas contra a crise que o partido vem vindo a apresentar. Dele fazem parte o aumento da remuneração complementar para os trabalhadores da administração pública com salários mais baixos, o aumento dos complementos regionais de pensão e de abono de família e a regulação de preços através do estabelecimento de margens máximas de comercialização em produtos de primeira necessidade.

Os bloquistas dos Açores querem que este tipo de medidas tenha um “caráter definitivo e não temporário como tem feito o Governo Regional”, pretendendo “dar uma resposta global ao problema da perda de poder de compra”.

De acordo com o partido, “o aumento do salário mínimo regional terá um impacto muito significativo na economia porque irá abranger muitos milhares de trabalhadores”. Os últimos dados disponíveis, de 2020, apontam para isso mesmo: há na Região Autónoma mais de 18 mil trabalhadores a receber salário mínimo, o que corresponde a 37% dos mais de 50 mil trabalhadores por conta de outrem, a proporção mais elevada do país.

Sublinha-se ainda que tal aumento “torna-se fundamental para permitir melhores condições a milhares de famílias para enfrentar as dificuldades provocadas pela diminuição do poder de compra”. Até porque “historicamente a inflação atinge valores superiores nos Açores”, afirma-se no documento.

O deputado regional do Bloco, António Lima, critica ainda o governo regional por ter deixado “na gaveta” as propostas do partido que foram aprovadas por unanimidade em maio no parlamento dos Açores. Das propostas de aumento da remuneração complementar, aumento do complemento regional ao abono de família, aumento do complemento regional de pensão e de regulação de preços de bens essenciais sempre que for estritamente necessário, apenas a respetiva ao abono de família foi cumprida.

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