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Birmânia: vitória esmagadora de LDN, de Suu Kyi, derruba Junta militar
As eleições de domingo passado na Birmânia decorreram, segundo os observadores internacionais e a oposição à junta militar, sem sobressaltos. O que não significa que tenham sido umas eleições justas: as minorias étnicas não podem votar (como é o caso dos Rohyngia, muçulmanos mas a quem não é dada a cidadania birmanesa) e um quarto do parlamento é reservado para o Exército. Além disso, o facto de o governo estar a atrasar a publicação dos resultados oficiais está a levantar muitas suspeitas. Até agora, só foi tornada pública a eleição de 88 dos 440 deputados do Parlamento. Destes, 78 foram para a Liga Nacional para a Democracia e apenas 5 para o partido aliado da junta militar no poder. Suu Kyi prevê obter a maioria absoluta (precisaria de mais de 67%), com cerca de 75% dos votos. A vitória da Liga era esperada e na noite de domingo nas ruas de Rangun muitas pessoas já a festejaram.
Os observadores continuarão no país até dezembro, para garantir a continuidade do processo que só acontecerá depois do partido no poder (União Social para o Desenvolvimento) reconhecer a vitória da oposição. Em 1990, quando Suu Kyi obteve outra maioria absoluta, a ditadura recusou-se a empossa-la, deteve-a e condenou-a a 15 anos de prisão domiciliária. Segundo a Constituição da Birmânia, mesmo o Exército reconheça a sua eleição, porque Suu Kyi tem filhos de nacionalidade estrangeira, não poderá exercer o cargo de Presidente. Para Suu Kyi, isso não a impedirá e admite a possibilidade de contornar a lei, empossando um colega de partido, que terá um papel apenas cerimonial. Uma vez confirmada a sua eleição, Suu Kyi pretende mudar a Constituição. Nas alterações prometidas constam a retirada dos lugares cativos no Parlamento ao Exército e a anulação da decisão de serem os chefes das Forças Armadas nomear os ministros da Defesa e da Administração Interna.
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