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Birmânia: vitória esmagadora de LDN, de Suu Kyi, derruba Junta militar

Os resultados das eleições ainda não foram apurados, mas apontam para uma vitória do partido LDN, de Aung San Suu Kyi, a Nobel da Paz que esteve 15 anos em prisão domiciliária.
Foto de Shawn Landersz/Flickr

As eleições de domingo passado na Birmânia decorreram, segundo os observadores internacionais e a oposição à junta militar, sem sobressaltos. O que não significa que tenham sido umas eleições justas: as minorias étnicas não podem votar (como é o caso dos Rohyngia, muçulmanos mas a quem não é dada a cidadania birmanesa) e um quarto do parlamento é reservado para o Exército. Além disso, o facto de o governo estar a atrasar a publicação dos resultados oficiais está a levantar muitas suspeitas. Até agora, só foi tornada pública a eleição de 88 dos 440 deputados do Parlamento. Destes, 78 foram para a Liga Nacional para a Democracia e apenas 5 para o partido aliado da junta militar no poder. Suu Kyi prevê obter a maioria absoluta (precisaria de mais de 67%), com cerca de 75% dos votos. A vitória da Liga era esperada e na noite de domingo nas ruas de Rangun muitas pessoas já a festejaram.

Os observadores continuarão no país até dezembro, para garantir a continuidade do processo que só acontecerá depois do partido no poder (União Social para o Desenvolvimento) reconhecer a vitória da oposição. Em 1990, quando Suu Kyi obteve outra maioria absoluta, a ditadura recusou-se a empossa-la, deteve-a e condenou-a a 15 anos de prisão domiciliária. Segundo a Constituição da Birmânia, mesmo o Exército reconheça a sua eleição, porque Suu Kyi tem filhos de nacionalidade estrangeira, não poderá exercer o cargo de Presidente. Para Suu Kyi, isso não a impedirá e admite a possibilidade de contornar a lei, empossando um colega de partido, que terá um papel apenas cerimonial. Uma vez confirmada a sua eleição, Suu Kyi pretende mudar a Constituição. Nas alterações prometidas constam a retirada dos lugares cativos no Parlamento ao Exército e a anulação da decisão de serem os chefes das Forças Armadas nomear os ministros da Defesa e da Administração Interna. 

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