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Benidorm, o Verão intensifica a exploração das Kellys

As trabalhadoras da limpeza de quartos de Benidorm denunciam condições de trabalho “esgotantes”. São obrigadas a limpar 20 a 25 quartos por dia, para além das zonas comuns dos hotéis, mas no Verão o trabalho ainda é mais intenso e muitas não aguentam a pressão.
Ação das trabalhadoras de limpeza de hotéis de Benidorm.
Ação das trabalhadoras de limpeza de hotéis de Benidorm.

Benidorm é para muita gente sinónimo de lazer e de Verão. A cidade turística da província de Alicante com 70.000 habitantes evocará férias, praias e discotecas. Os 16 milhões de estadias em hotéis por ano, aí estão para provar a escala do turismo na zona.

Mas o outro lado deste turismo intensivo é a exploração laboral e a precariedade. E exemplo disso são as empregadas de limpeza dos hotéis que só neste município da costa valenciana são 4.000.

De forma depreciativa, ganharam o nome de Kellys, como forma de abreviar “as que limpam”. Não se importaram e adotaram o nome. Em 2016, a primeira associação destas trabalhadores surgiu na Catalunha com o objetivo de “denunciar a precariedade com perspetiva de género”. Desde então, o movimento espalhou-se por Espanha.

Em Benidorm também marcam presença e fazem ouvir a sua voz. Dizem que este vai ser “mais um Verão de sobrecarga laboral” e que no final da época estival as estatísticas irão dar conta do êxito das taxas de ocupação mas não mencionarão que “por detrás há números demolidores, há a carga de trabalho que atenta contra o direito à saúde.”

Em declarações ao El Diario, a sua porta-voz Yolanda García, denuncia que “muitas companheiras já estão de baixa porque não conseguem aguentar. As nossas condições laborais não melhoraram nada”. A camareira explica que são obrigadas a limpar entre 20 a 25 quartos por dia, sem contar com as zonas comuns, e que a carga de trabalho se intensifica no Verão. Um trabalho “esgotante” que “atenta contra a saúde” e se paga em termos de stress, doenças físicas e psicológicas e dores crónicas.

As Kellys não se conformam com o “incumprimento” das “leis de prevenção, dos planos, dos convénios” que se sucedem. E denunciam ainda os efeitos da massificação turística: “pagamo-lo nos serviços municipais, em como se vive na cidade. Ficas esgotada do trabalho, das pessoas, do ruído”. A cidade tem “capacidade e infraestruturas” para muito menos pessoas do que aquelas que as visitam e a “saturação” é ostensiva em todos os pontos da cidade com especial perigo para as urgências hospitales.

 

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