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Bélgica dá início a campanha contra a pobreza menstrual

O Governo comprometeu-se com o investimento de 200 mil euros para garantir que os produtos de higiene menstrual são acessíveis a todas as mulheres, independentemente das suas condições financeiras.
Bélgica dá início a campanha contra a pobreza menstrual
Fotografia de Province of British Columbia/Flickr.

O governo da Bélgica comprometeu-se com um investimento de 200 mil euros para uma campanha contínua com o objetivo de tornar os produtos de higiene feminina mais acessíveis a todas as mulheres.

O dinheiro será distribuído por duas organizações, o Conselho das Mulheres e o Conseil Francophones des Femmes de Belgique, para que coordenem uma campanha que faça com que os produtos de recolha menstrual - sejam tampões, pensos higiénicos ou copos menstruais - deixem de ser considerados um luxo, mas sim “uma necessidade de fácil acesso”.

“Temos de acabar com o tabu da menstruação”, disse Karine Lalieux, ministra belga para a Redução da Pobreza.

“Uma mulher não deve ter de escolher entre comida para a sua família e a compra de produtos de higiene menstrual. A luta contra a pobreza menstrual é uma luta coletiva”, citou a EuroNews.

Compondo metade da população belga, estima-se que ao longo da vida uma mulher tenha em média 500 períodos menstruais, algo cujos custos se vão somando todos os meses.

"As consequências muitas vezes não são insignificantes", disse a ministra, reconhecendo que, embora as taxas de IVA estejam mais baixas, os custos destes produtos ainda são elevados.

Este tipo de despesa "discrimina mulheres e meninas e causa abandono escolar, absentismo, problemas de saúde etc. Isto não é possível num país como o nosso”, disse Lalieux.

A Bélgica aproxima-se assim da Escócia, que há cerca de um mês se tornou no primeiro país em todo o mundo a tornar os produtos de higiene menstrual gratuitos para todas. A medida histórica foi votada por unanimidade no Parlamento escocês.

“A luta contra a pobreza menstrual é uma questão social”, disse Lalieux. “Trata-se de igualdade”, defendeu.

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