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Bebés expostos a poluição atmosférica têm menor capacidade pulmonar na adolescência

Estudo conclui que há impacto na capacidade pulmonar mesmo quando os níveis de poluição são inferiores ao limite definido na UE. Especialistas afirmam que estes níveis não são seguros e pedem que países europeus se passem a guiar pelos limites definidos pela OMS.
Bebés expostos a poluição atmosférica têm menor capacidade pulmonar na adolescência
Fotografia de United Nations Photo/Flickr.

Bebés e crianças pequenas expostas a poluição atmosférica, ainda que em níveis baixos, sofrem uma redução da função pulmonar no final da infância e adolescência. As conclusões são de um estudo da Universidade de Düsseldorf recentemente apresentado no congresso internacional da Sociedade Respiratória Europeia. 

O estudo concluiu que a exposição a poluição atmosférica no primeiro ano de vida reduzia o desenvolvimento da função pulmonar entre os 6 e os 15 anos - mesmo quando os níveis de poluição eram inferiores aos limites definidos pela União Europeia.

“Isto é preocupante, pois sugere que os danos aos pulmões no primeiro ano podem afetar a saúde respiratória ao longo da vida”, explicou ao Guardian o Dr. Qi Zhao do Instituto de Investigação de Medicina Ambiental da Universidade de Düsseldorf. 

Em declarações à Sociedade Respiratória Europeia, o Dr. Qi Zhao explicou "a maioria dos estudos tem analisado os impactos da poluição a curto prazo", e que a equipa procurou observar os pulmões dos bebés que, como se estão a formar, "são particularmente vulneráveis". 

"Existem cada vez mais evidências de que a poluição atmosférica é uma ameaça para a saúde respiratória das crianças". 

Segundo o Guardian, o estudo analisou 195 crianças que viviam nas regiões alemãs de Munique e Wesel, submetendo-as a testes de capacidade respiratória aos 6, 10 e 15 anos de vida. Os resultados foram depois comparados com os níveis estimados de poluição nas áreas onde as crianças viveram no seu primeiro ano de vida. Uma vez excluídos fatores como o tabagismo dos pais, concluiu-se que quanto maior a exposição a poluição no primeiro ano de vida, pior a função pulmonar na adolescência. 

Para Thierry Troosters, presidente da Sociedade Respiratória Europeia, as conclusões do estudo são preocupantes por “sugerem que as atuais regulações, como são os valores limite para a poluição atmosférica na União Europeia, não são suficientemente seguros”. 

Em declarações ao Guardian, o especialista explicou que “estudos anteriores já demonstraram que seria possível evitar anualmente até 67.000 casos de asma na infância se os países europeus se guiassem pelos valores limite de qualidade do ar estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde, valores que são inferiores aos da União Europeia”. 

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