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BCE favoreceu Deutsche Bank nos testes de stress

O Deutsche Bank recebeu um tratamento especial do Banco Central Europeu (BCE) nas provas de resistência à banca europeia, realizadas este verão, revela o Financial Times.

Na sua edição desta segunda-feira, o Financial Times (FT) revela que em causa está a inclusão das mais valias resultantes da venda da participação que o Deutsche Bank detém na entidade chinesa Hua Xia nos resultados dos testes de stress da instituição alemã, ainda que o negócio não estivesse concluído no final de 2015, a data limite para incluir estas transações nas provas de resistência.

O banco chegou a acordo para a venda da participação no banco Hua Xia, no valor de quatro mil milhões de dólares, em dezembro de 2015. Mas o negócio não estava concluído antes de 31 de dezembro de 2015, a data de referência em para os balanços dos bancos europeus. A transação ainda não está sequer totalmente concluída, depois de o banco ter falhado um prazo regulatório no mês passado.

Nota de rodapé

Este caso foi descoberto pelo FT numa nota relativa às provas do Deutsche Bank, mas nenhum dos outros bancos avaliados nos exames tiveram menções idênticas, embora muitos também tivessem transações acordadas mas não fechadas em 2015.

A autorização especial dada ao Deutsche Bank aparecia numa nota de rodapé nos testes de stress, mas nenhum outro banco tinha tais notas apesar de várias instituições terem em curso operações que influenciam a sua capitalização mas que não estavam concluídas até ao final de 2015.

Um exemplo referido pelo FT é uma venda pelo espanhol CaixaBank, acionista do BPI, de alguns ativos, mas como a operação não foi fechada até ao dia 31 de dezembro de 2015, não contou.

Chris Wheeler, analista da Atlantic Equities, disse ao FT que este tratamento especial pode levar alguns investidores a questionarem a veracidade dos resultados.

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