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Barcelos: MP arquiva queixa da Câmara contra o mural antifascista do Bloco

O processo iniciado pelo autarca socialista e prosseguido pelo atual edil do PSD "não passou de um ato de censura nunca antes visto em Barcelos", diz a concelhia local do partido.
Mural do Bloco em Barcelos.

A queixa-crime apresentada pela Câmara Municipal de Barcelos contra os aderentes e simpatizantes do Bloco de Esquerda que pintaram no ano passado o mural com um cravo e a inscrição "Fascistas Não Passarão. Abril Sempre" foi agora arquivada pelo Ministério Público. No entender do Ministério Público, a pintura do mural de saudação da Revolução de 1974 e de alerta para o crescimento da extrema-direita não constitui nenhum ilícto.

A queixa-crime foi apresentada pelo executivo socialista liderado por Miguel Costa Gomes. E apesar dos apelos dos eleitos bloquistas nos órgãos autárquicos, o atual presidente de Câmara Mário Constantino, do PSD, decidiu prosseguir com a queixa. Nas redes sociais, a concelhia bloquista afirma que esta queixa-crime "não passou de um ato de censura nunca antes visto em Barcelos".

Além de saudar a decisão de arquivamento, o dirigente concelhio Luís Santos lamentou que em todo este processo "as forças de esquerda do concelho não fossem solidárias connosco, condenando o município pela acusação que nos faziam. Com a exceção de alguns militantes que individualmente nos vieram prestar solidariedade, as organizações políticas não o fizeram, o que lamentamos porque se fosse connosco estaríamos na primeira linha em defesa de Abril e de quem pintasse o mural".

O deputado municipal José Maria Cardoso voltou a lembrar que não se percebe "porque é que se move uma queixa-crime contra um partido político" por causa de um mural com uma mensagem política, em que "não está em causa a destruição de nenhuma propriedade nem sequer retirar o lado estético de um muro ou de um espaço em boas condições, pois pintámos um espaço que estava vandalizado e mesmo abandonado". E ainda por cima, uma queixa apresentada por uma autarquia "que durante 12 anos cometeu várias situações que deixam muito a desejar do ponto de vista do Direito".

Para José Maria Cardoso, a frase inscrita no mural - "Fascistas Não Passarão. Abril Sempre" - é a "mensagem política que é realçada neste arquivamento do Ministério Público".

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