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Bangladesh: assassinados defensores dos direitos homossexuais

Dois defensores dos direitos homossexuais no Bangladesh, foram assassinados esta segunda-feira, de acordo com informações das autoridades do país e organizações não-governamentais (ONG).
Entrada do edifício onde foram mortos os dois jovens.

Um porta-voz da polícia de Daca, a capital do Bangladesh, disse à agência France Presse que seis homens entraram num edifício de sete andares da cidade e esfaquearam mortalmente os dois ativistas. Uma terceira pessoa ficou ferida.

As autoridades policiais não revelaram a identidade das vítimas, mas membros de uma ONG de defesa dos direitos dos homossexuais confirmaram à France Presse que um dos homens assassinados é Xulhaz Mannan, o editor da publicação "Roopbaan", a única revista dirigida à comunidade gay e transgénero existente naquele país asiático.

De acordo com as mesmas fontes, a segunda vitima mortal é Mahbub Tonoy, que pertencia ao conselho executivo da mesma revista.

Refira-se que Xulhaz Mannan trabalhava igualmente na embaixada norte-americana em Daca, de acordo com um comunicado da embaixadora dos EUA, Marcia Bernicat.

"Estou chocada com o assassinato brutal de Xulhaz Mannan e de outro jovem (...) esta noite em Daca. Xulhaz era mais do que um colega para aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele na embaixada dos Estados Unidos, era um amigo", afirmou Marcia Bernicat, tendo acrescentado: "repudiamos este ato de violência sem sentido e exortamos o Governo do Bangladesh a (...) deter os criminosos que estão por trás destas mortes".

A comunidade homossexual do Bangladesh lançou a revista "Roopbaan" em janeiro de 2014 com o intuito de promover a tolerância em relação aos homossexuais num país de maioria muçulmana e conservador.

Em 2014, a equipa da revista organizou a primeira marcha gay no Bangladesh, mas a polícia não permitiu a realização da mesma este ano alegando “questões de segurança”.

As autoridades do Bangladesh, têm negado repetidamente que grupos islamistas inspirados em movimentos estrangeiros tenham atividade no seu território. Alguns analistas consideram, no entanto, que a longa crise política que o país atravessa radicalizou a oposição e que os islamistas armados são um perigo crescente no Bangladesh.

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