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Banco Mundial aponta risco de recessão global com aumento dos juros

Com os bancos centrais a prosseguirem os aumentos concertados das taxas de juro no próximo ano, é pouco provável que consigam dominar a inflação, avisa o Banco Mundial. Em vez disso, conduzirão a economia global a uma recessão.
David Malpass. Foto Jacek Waszkiewicz / World Bank Group

O presidente do Banco Mundial diz que o crescimento económico global se reduziu drasticamente e é provável que essa travagem se reforce à medida que cada vez mais países entram em recessão. Para David Malpass, citado pelo Guardian, se esta tendência continuar, isso terá consequências devastadoras para os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento.

O Banco Mundial duvida do sucesso dos esforços concertados dos bancos centrais para subirem as taxas de juro com o objetivo de fazer a inflação regressar aos níveis pré-pandemia. Um aumento de mais dois pontos percentuais no próximo ano poderá levar a uma contração de 0,4% no PIB per capita global, correspondendo à definição técnica de recessão global, acrescentou Malpass.

Ao invés de se focarem na redução do consumo, os decisores políticos deviam concentrar-se no aumento da produção, na geração de mais investimento e ganhos de produtividade, defende o presidente do Banco Mundial.

O Banco Mundial recorda a recessão de 1982, que desencadeou mais de 40 crises da dívida e condenou os países em desenvolvimento a uma década perdida de crescimento, para mostrar o risco de permitir uma inflação elevada em simultâneo com o fraco crescimento das economias.

Também o vice-presidente da instituição, Ayhan Kose, afirmou que embora medidas mais apertadas nas políticas orçamentais e monetárias possam ajudar a reduzir a inflação, quando todos tomam essas medidas ao mesmo tempo o resultado pode ser multiplicar o problema e atrasar ainda mais o crescimento global. Para evitar esse cenário, pede aos bancos centrais que transmitam informação com clareza sobre as suas decisões e aos governos que apresentem planos orçamentais credíveis a médio prazo e continuem a apoiar as famílias em situação mais vulnerável.

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