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Atores e técnicos param gravações da série “Ministério do Tempo”

A segunda temporada da série transmitida pela RTP tem as gravações paradas em protesto contra os salários em atraso, denuncia o sindicato.
Gravação da série "Ministério do Tempo". Foto RTP/Flickr

Segundo o Cena - Sindicato dos Trabalhadores do Espetáculo, os atores e técnicos decidiram interromper as gravações da série “Ministério do Tempo” por causa dos salários em atraso, responsabilizando a produtora Just Up pela situação que se repete ao longo dos últimos meses.

“Das informações que dispomos, estimamos em cerca de 60, os trabalhadores que neste momento têm vencimentos em atraso e de que fazem parte atores do elenco fixo e adicional e elementos da equipa técnica”, afirma o CENA, citado pela agência Lusa. O sindicato  “conseguiu também apurar que os valores em dívida respeitantes ao mês de maio chegam às centenas de milhares de euros”, e acrescenta que “alguns trabalhadores da primeira temporada não têm também a sua situação regularizada”.

“Esta situação é da total responsabilidade da Just Up, mas parece-nos importante que a RTP tome uma posição sobre este assunto”, diz o comunicado sindical.

Numa carta subscrita pelo elenco da série, é lembrado que a RTP promoveu o “Ministério do Tempo” como “a melhor série de todos os tempos”, embora logo na primeira temporada, produzida pela Iniziomédia tenham surgido “alguns percalços”. A RTP decidiu então entregar a produção da segunda série à JustUP, mas no final do mês os salários não foram pagos, o que levou toda a equipa a parar o trabalho. Depois de finalmente serem pagos os salários e dadas garantias de que o problema estria resolvido, a situação repetiu-se no fim de maio.

“Voltámos a parar e, ao fim de um mês, a situação não está sequer em vias de resolução”, alertam os atores da série, deixando um alerta “a todos os companheiros de profissão sobre o risco que corremos ao aceitar convites para trabalhar com algumas produtoras que, infelizmente não merecem a dedicação dos profissionais que tudo fazem a bem do seu trabalho”.

O elenco apela ainda à RTP para que não nos deixe à mercê daqueles que, a coberto de uma maior oferta no mercado audiovisual, se apresentam a concurso sem as condições mínimas para exercerem dignamente esta actividade.

A carta é subscrita por António Capelo, Luis Vicente, João Craveiro, Andreia Dinis, Mariana Monteiro, João Vicente, Samanta Castilho, Carla Andrino, Ângelo Rodrigues.

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