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Ativistas pro-Palestina pedem que Milton Nascimento boicote Israel

Esta quarta-feira Milton Nascimento atuou no Coliseu de Lisboa. À porta, os ativistas do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel manifestaram-se. Dizem-se decepcionados com o artista por este ter programado um concerto em Israel.
Faixa à porta do Coliseu de Lisboa a apelar ao boicote a Israel de Milton Nascimento Foto de BDS/Facebook.

A campanha começou no Brasil e tem acompanhado os espétaculos de Milton Nascimento. A hashtag #CancelaMiltonNascimento tem seguido o cantor brasileiro onde quer que ele toque recentemente para lembrar que, com o espetáculo que tem marcado para Israel, “irá contribuir, mesmo que involuntariamente, para legitimar a política de ocupação de Israel”.

Milton Nascimento é assim convidado a juntar-se a artistas como Elvis Costello, Jean Luc Godard, Ken Loach, Joan Manuel Serrat, Roger Waters, Faithless, Lorde, Lana del Rey, Gill Scott-Heron, Gorillaz e Lauryn Hill que atenderam ao apelo palestiniano e já cancelaram espectáculos ou presenças em Israel.

Em Portugal, salienta a campanha Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) nacional, também Tiago Rodrigues, director artístico do Teatro Nacional D. Maria, “teve a coragem de cancelar um espectáculo seu em Telavive.”

Apela-se a Milton Nascimento “para que não associe a sua arte criativa à colonização, opressão e limpeza étnica e que junte a sua voz à destes artistas”.

Um conjunto de organizações da sociedade civil brasileira, escreveram ao artista dizendo que “aprendemos com sua música que todo artista tem que ir aonde o povo está. Certamente o povo não está com o apartheid, a colonização e a ocupação. O coração de estudante, que agora se levanta no Brasil pelo direito à educação, não bate pelo apartheid israelense, que impede esse e outros direitos humanos fundamentais aos palestinos. Os povos da floresta não concordam com a colonização.”
Da Palestina chega um apelo semelhante. As associações culturais palestinianas dizem que “o seu legado de rebeldia política, consistentemente a favor dos direitos humanos e da justiça, poderá estar comprometido ao apresentar-se num Estado de apartheid que nega a milhões de palestinianos nativos os seus direitos básicos”. Lembrando que “Israel declarou-se efectivamente como um Estado de apartheid no ano passado, ao aprovar a chamada “Lei do Estado-Nação Judeu”, intensificando o seu regime histórico de discriminação racial contra os palestinianos, quer estejam na sua própria pátria ou no exílio”.

A campanha BDS foi inspirada pela luta anti-apartheid na África do Sul. Uma das suas vertentes é a “denúncia do abuso israelita da cultura para desviar as atenções das violações dos direitos humanos” e a responsabilização de “todos aqueles que se permitem ser cúmplices no seu encobrimento”.

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