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Associação de Jornalistas da Bielorrússia ganha prémio de Liberdade de Imprensa da UNESCO

Os órgãos da comunicação social independente estão bloqueados, dezenas de jornalistas presos, outros tiveram de abandonar o país. Fundada em 1995, a AJB tem lutado para defender a liberdade de imprensa na Bielorrússia. No ano passado, foi obrigada a pôr termo à sua atividade devido à onda de repressão no país.
Protesto contra Alexander Lukashenko em Minsk, agosto de 2020. Foto de Homoatrox, Wikimedia.
Protesto contra Alexander Lukashenko em Minsk, agosto de 2020. Foto de Homoatrox, Wikimedia.

“Este prémio é para todos os jornalistas independentes bielorrussos que continuaram a trabalhar nos últimos dois anos, apesar de toda a pressão, proibições de publicação e prisões”, afirmou o presidente da Associação de Jornalistas da Bielorrússia, Andreï Bastunets, citado pela agência Lusa.

Bastunets, que fugiu do país em 2021, considera que este prémio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), concedido pela primeira vez em 25 anos a um coletivo, “é muito inesperado”.

“Praticamente todos os meios de comunicação independentes na Bielorrússia foram banidos devido ao seu caráter ‘extremista’, bloqueados no país e só podem ser vistos através de uma VPN [rede privada virtual]. Muitos [jornalistas] deixaram a Bielorrússia, mas outros continuam a trabalhar, a escrever para órgãos de comunicação social estrangeiros”, assinalou o responsável.

Andreï Bastunets acrescentou que “(…) o facto de alguns ficarem prova a sua coragem. Qualquer líder autoritário visa controlar a informação. Houve uma pressão constante desde o momento em que ele [Lukashenko] chegou ao poder”.

Fundada em 1995, a AJB conta com mais de 1.300 membros, dos quais mais de duas dezenas estão atualmente atrás das grades na Bielorrússia.

A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, afirmou que, “mais uma vez, o exemplo” da AJB “inspira-nos e lembra-nos da importância de garantir que os jornalistas, onde quer que estejam, possam trabalhar com liberdade e segurança”.

O Prémio Guillermo Cano será entregue a 2 de maio no Uruguai.

Repressão aperta na Bielorrússia

Os ativistas têm denunciado a repressão e as perseguições de que os jornalistas da Bielorrússia são alvo. Este mês, Katsiarina Andreïeva, jornalista do canal televisivo Belsat, com sede na Polónia, foi acusada este mês de traição e pode ser condenada até 15 anos de prisão. Na semana passada, a editora-chefe do semanário Novy Tchas, Oksana Kolb, foi presa por perturbar a ordem pública.

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