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Assange condenado a 50 semanas de prisão por juiz britânico

Em 19 de junho de 2012, o ciberativista australiano Julian Assange viu-se obrigado a refugiar-se na embaixada do Equador, em Londres, para evitar a perseguição e acusação por parte do governo dos Estados Unidos na sequência da divulgação, pelo WikiLeaks, de centenas de milhares de documentos de guerra e telegramas diplomáticos que revelavam inúmeros crimes de guerra e outros atos de corrupção cometidos pelos EUA, pelo Reino Unido e por outros governos de todo o mundo.
A justiça sueca tinha exigido que Assange se apresentasse em Estocolmo para testemunhar pessoalmente sobre as acusações de agressão sexual feitas por duas mulheres a quem ele alegadamente teria mentido sobre o uso de preservativo. Julian Assange recusou essas acusações, afirmando ser vítima de uma conspiração organizada por Washington. O fundador do WikiLeaks disponibilizou-se a ir à Suécia se lhe fosse dada a garantia de que não seria extraditado para os Estados Unidos, onde poderia ser detido, conduzido a um tribunal e talvez, segundo os seus advogados, condenado à pena de morte por “crime de espionagem”.
Após dois anos de esforços do governo de Donald Trump para coagir o Equador, liderado por Lenín Moreno, a suspender o asilo diplomático que o país tinha concedido a Assange em 2012, o ciberativista australiano foi retirado da embaixada no mês passado pela polícia, com a anuência das autoridades equatorianas.
Conforme defendem Glenn Greenwald e Micah Lee, no Intercept, o conteúdo da acusação contra Julian Assange revelado pelo Departamento de Justiça de Trump representa uma grande ameaça à liberdade de imprensa, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo.
“O documento de denúncia, acompanhado do pedido de extradição pelo governo dos EUA, que foi usado pela polícia do Reino Unido para prender Assange assim que o Equador suspendeu oficialmente o asilo diplomático, pretende criminalizar diversas atividades que fazem parte da essência do jornalismo de investigação”, alertam.
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