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Angola: julgamento de ativistas novamente suspenso

Mais uma vez, o julgamento dos quinze ativistas angolanos acusados de “atos preparatórios de uma rebelião” foi suspenso. Foram, até agora, ouvidos 20 de 46 declarantes, segundo descreve o jornal Público, e a suspensão desta feita será até dia 23 de fevereiro.
O primeiro dia do julgamento foi a 16 de novembr; no Natal, foi interrompido por três semanas e retomado a 11 de janeiro. Está a ser muito difícil para o tribunal notificar todas as pessoas que pretende chamar a depor.
Desta vez, o busílis da questão está numa lista de nomes que foi discutida no Facebook como sendo um “governo de salvação nacional”, que foi divulgada um mês antes dos ativistas terem sido presos. Nessa lista, cujo autor já declarou em tribunal se ter tratado de uma brincadeira, foram distribuídos vários postos, como presidente do Tribunal Constitucional, ministro da Administração do Território ou administrador dos museus e monumentos. Na lista, Luaty Beirão foi “nomeado” Procurador-Geral da República.
As pessoas que até agora falaram em tribunal declararam que não tinham conhecimento da lista, que mais não foi do que uma brincadeira. Pela velocidade a que o processo está a decorrer, poder-se-á arrastar durante muito mais tempo. Manuel Chivonde Baptista “Nito Alves” foi esta semana condenado sumariamente a seis meses de prisão e ao pagamento de 50 mil kwanzas (285 euros) em taxa de justiça, pela acusação de injúrias aos magistrados. Afonso Matias Mbanza Hamza, outro dos ativistas, não compareceu numa audiência, o que o tribunal considerou “um desrespeito” e também corre o risco de ter um julgamento sumário.
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