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Amnistia Internacional alerta para aumento da repressão na Gâmbia

A Amnistia Internacional (AI) condenou hoje a "repressão brutal" levada a cabo pelo governo da Gâmbia contra membros da oposição a poucos meses das eleições gerais no país tendo ainda “exigido” a "libertação de dezenas de presos políticos".
O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh. Foto Flickr

O diretor da Amnistia Internacional (AI) para a para a África Ocidental e Central, Alioune Tine, disse à agência EFE que "as eleições na Gâmbia vão realizar-se dentro de seis meses, mas há membros da oposição que continuam detidos, os jornalistas estão amordaçados e a sociedade civil está silenciada”.

Alioune Tine referiu em comunicado que o maior número de detenções de opositores ao regime de Yahya Jammeh tiveram lugar em abril e maio, quando se realizaram no país várias manifestações a pedir reformas eleitorais antes do ato eleitoral marcado para dezembro.

Aquele responsável da AI referiu ainda que, durante as manifestações, a polícia feriu vários oposicionistas e deteve mais de 50 outros, entre eles o líder do Partido Democrático Unido (UDP, na sigla inglesa), tendo esta força política denunciado que “foram torturados e golpeados pelos agentes policiais”.

Violações sistemáticas dos Direitos Humanos

"A Gâmbia tem uma vasta e brutal história de repressão às vozes críticas e manifestantes como Solo Sandeng que pagaram um preço bem alto por protestar de forma pacífica", disse Alioune Tine.

O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, tomou o poder em 1994 após um golpe de Estado e o seu regime tem, desde então, sido acusado de graves violações dos direitos humanos.

Yaya Jammeh tem sido criticado pelas instâncias internacionais devido às contínuas ameaças contra os homossexuais, a quem chegou a apelidar de "alimárias", após decretar, em 2014, uma lei que condena a prisão perpétua os atos homossexuais "com agravantes".

A organização de defesa de Direitos Humanos lembra também a morte, igualmente sob custódia policial, do líder sindical Sheriff Dibba, ocorrida em fevereiro último, e o desaparecimento do dissidente Imam Sawaneh após ter sido detido ou ainda a detenção do jornalista Alhagie Ceesay.

Tendo em vista a próxima cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se realizará este sábado em Dacar (Senegal), a Amnistia Internacional apelou já à tomada de "medidas sancionatórias" contra a Gâmbia que levem aquele país africano respeitar os direitos humanos e as leis.

"A CEDEAO deve pronunciar-se sobre a situação deplorável na Gâmbia e colaborar com as autoridades gambianas para assegurar a libertação dos presos políticos e a anulação das leis repressivas", lê-se no comunicado da AI.

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