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Ameaças políticas aos direitos LGBTI+ no arranque do Queer Lisboa
Arranca hoje a 23ª edição do festival de Cinema Queer Lisboa, tendo o ativismo LGBTI+ e as recentes ameaças políticas às suas conquistas em destaque na programação. O festival decorrerá no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa e durará até dia 28 de setembro.
Esta 23ª edição coincide com o “ano em que se comemoram vários marcos, nacionais e internacionais, da história dos movimentos que reclamam o lugar das comunidades LGBTI+”, pelo que “não podia deixar de fazer uma reflexão sobre o que significou meio século dos modernos movimentos de luta pelos direitos e dignidade destas mesmas comunidades”, afirmou a organização em comunicado.
Esta edição fica também marcada pelo anúncio da suspensão do apoio financeiro da Agência Nacional do Cinema do Brasil (Ancine) à participação de realizadores brasileiros em festivais estrangeiros. No caso específico do Queer Lisboa, a Ancine voltou atrás no apoio financeiro para custear as despesas de deslocação a Portugal dos realizadores Armando Praça e Diego Paulino, que têm respetivamente em competição os filmes "Greta" e "Negrum3".
Em declarações à Lusa, o diretor do festival garantiu que, apesar do corte financeiro, os dois realizadores estão a angariar verbas e marcarão presença no festival.
O governo brasileiro afastou há poucas semanas a direção da Agência Nacional de Cinema do Brasil (Ancine), órgão responsável pela regulação e fiscalização do mercado do cinema e do audiovisual. Após terem informado que a nova direção terá um “perfil conservador, tal como o atual governo”, fizeram também saber que haverá um corte de 43% no apoio à ANCINE.
O filme de abertura é o documentário Indianara, da autoria de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, que “segue o impressionante percurso de luta e resistência da ativista transgénero Indianare Siqueira”.
No encerramento estará Skate Kitchen (Crystal Moselle, 2018), centrado numa adolescente de Long Island que descobre um coletivo de raparigas skaters e se junta a ele. A história ficciona a vida real do grupo que dá nome ao filme, contando com as participação das reais integrantes do grupo.
No total, estarão em exibição 101 filmes de 36 países, estando a França e os EUA no topo dos participantes, tendo cada um 16 filmes. Em segundo lugar estão o Brasil e a Alemanha, apresentando 12 filmes. A presença portuguesa no festival conta com um total de 7 filmes.
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