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Ameaça de sanções da UE à Turquia não tem base legal, diz Ancara

Sete países, entre eles Portugal, ameaçaram a Turquia com sanções económicas no âmbito da crise com a Grécia pela exploração de hidrocarbonetos no Mediterrâneo Oriental.
Ameaça de sanções da UE à Turquia não tem base legal, diz Ancara
Fotografia de Turkish President Press Office/EPA/Lusa.

A tensão entre a Turquia e Grécia no Mediterrâneo Oriental pelo controlo territorial e de direitos marítimos não parece ter fim à vista. Agora, Ancara vem condenar publicamente um documento, subscrito por sete países europeus, que ameaça o país com sanções económicas. 

Aos olhos da Turquia, o documento, subscrito pela França, Itália, Malta, Portugal, Espanha, Grécia e Chipre, está “desligado da realidade”, é “preconceituoso” e carece de fundamentação legal. 

Segundo a AlJazeera, o documento terá saído de uma cimeira convocada por Emmanuel Macron, na qual os sete países afirmaram estar disponíveis para apoiar sanções da União Europeia se Ancara se esquivar ao diálogo. 

Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro grego, já tinha defendido publicamente a aplicação de sanções à Turquia se o país não retirar os seus meios marítimos da zona disputada no Mediterrâneo Oriental.

“Isto já não é apenas sobre solidariedade europeia. É sobre o reconhecimento de que interesses vitais - interesses estratégicos europeus - estão em jogo. Se a Europa quer ter um verdadeiro poder geopolítico, não pode simplesmente dar-se ao luxo de agradar a uma Turquia beligerante”, afirmou o primeiro-ministro grego numa coluna de opinião. 

Já do lado de Ancara, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hami Aksoy, afirma que a Grécia deve “desistir das suas reivindicações ilegais e maximalistas sobre as zonas marítimas”, dizendo ainda que os demais países europeus que apoiam Atenas devem abandonar a sua abordagem “unilateral”. 

Erdogan, porém, é menos polido que o seu ministro. Num discurso transmitido pelas televisões do país e citado pela agência Lusa, Erdogan dirigiu-se ao homólogo francês e alertou-o: “Não tente uma querela com o povo turco. Não tente lutar com a Turquia. Terá problemas comigo”.

Na cimeira da passada semana, Emmanuel Macron disse que o Governo turco teve “um comportamento inaceitável, dizendo ser necessário “esclarecer as suas intenções”.

A disputa começou há um mês quando a Turquia enviou um navio de prospeção para a zona disputada, com escolta da sua Marinha de Guerra. Como reação, a Grécia enviou navios de guerra. Este último considera que o território lhe pertence, tendo sobre ele os direitos exclusivos de potenciais depósitos de hidrocarbonetos.

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