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Ambientalistas fazem “passeio tóxico” para mostrar ligações da banca à crise climática
Estava prometida como “uma visita guiada grátis e livre às masmorras dos criminosos ambientais”. Para além dos suspeitos ambientais do costume, a Climáximo queria mostrar que “ há outros agentes na obscuridade… que estão a deitar lenha para a fogueira”, os bancos.
O passeio servia assim para ilustrar como a banca financia as “infraestruturas de combustíveis fósseis”. Os ambientalistas andaram de banco em banco num “passeio tóxico”, no qual Sinan Eden assumiu o papel do guia que ia exemplificado como cada um dos bancos continuou a investir em combustíveis fósseis mesmo depois da assinatura do Acordo de Paris que visava reduzir emissões de carbono.
A ação fazia parte da segunda onda de protestos @by2020WeRiseUp, especificamente dedicada a nível internacional a ligar o mundo da finança à crise climática. Mundialmente, é o JPMorgan Chase dos Estados Unidos que lidera o ranking das empresas do ramo financeiro que mais investe em combustíveis fósseis. Entre 2016 e 2018 foram 196 mil milhões de dólares. Segue-se a Wells Fargo com 152 mil milhões de dólares, o Citibank com 129 mil milhões, o Bank of America com 107 mil milhões e o RBC Royal Bank com 101 mil milhões.
Em Lisboa, o passeio tóxico começou pelo Banco Santander, que a Climáximo considera “o maior financiador fóssil presente em Portugal”. Seguiu-se o BNP Paribas que financiou em 16 mil milhões de euros a indústria do carvão só entre 2005 e 2014. Isto para além de ter garantido dinheiro para o Trans Mountain Pipeline no Canadá destinado a transportar areias betuminosas através de 980 quilómetros.
A etapa seguinte foi o BBVA, Banco Bilbao Vizcaya e Argentaria, denunciado como “um dos principais financiadores do Dakota Access Pipeline”. Desde o Acordo de Paris, o BBVA já investiu 12 mil milhões em fósseis esclarece a organização ambientalista.
A visita terminou no Banco Europeu de Investimento que afirma o Climáximo, “continua a eleger como investimentos prioritários novos projetos fósseis”. Neste caso coloca-se em causa, por exemplo, o TransAdriatic Pipeline, um gasoduto que pretende ligar o Azerbaijão a Itália. O BEI financia vários dos seus troços.
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