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Ambientalistas fazem “passeio tóxico” para mostrar ligações da banca à crise climática

A Climáximo organizou esta terça-feira uma visita à banca lisboeta para denunciar as suas ligações à crise climática. Santander, BNP Paribas, BBVA e Banco Europeu de Investimentos foram paragens obrigatórias onde se explicou como cada um investe milhões em combustíveis fósseis atualmente.
Passeio tóxico organizado pela Climáximo em Lisboa mostra as ligações da banca à crise climática. Janeiro de 2020.
Passeio tóxico organizado pela Climáximo em Lisboa mostra as ligações da banca à crise climática. Janeiro de 2020.

Estava prometida como “uma visita guiada grátis e livre às masmorras dos criminosos ambientais”. Para além dos suspeitos ambientais do costume, a Climáximo queria mostrar que “ há outros agentes na obscuridade… que estão a deitar lenha para a fogueira”, os bancos.

O passeio servia assim para ilustrar como a banca financia as “infraestruturas de combustíveis fósseis”. Os ambientalistas andaram de banco em banco num “passeio tóxico”, no qual Sinan Eden assumiu o papel do guia que ia exemplificado como cada um dos bancos continuou a investir em combustíveis fósseis mesmo depois da assinatura do Acordo de Paris que visava reduzir emissões de carbono.

A ação fazia parte da segunda onda de protestos @by2020WeRiseUp, especificamente dedicada a nível internacional a ligar o mundo da finança à crise climática. Mundialmente, é o JPMorgan Chase dos Estados Unidos que lidera o ranking das empresas do ramo financeiro que mais investe em combustíveis fósseis. Entre 2016 e 2018 foram 196 mil milhões de dólares. Segue-se a Wells Fargo com 152 mil milhões de dólares, o Citibank com 129 mil milhões, o Bank of America com 107 mil milhões e o RBC Royal Bank com 101 mil milhões.

Em Lisboa, o passeio tóxico começou pelo Banco Santander, que a Climáximo considera “o maior financiador fóssil presente em Portugal”. Seguiu-se o BNP Paribas que financiou em 16 mil milhões de euros a indústria do carvão só entre 2005 e 2014. Isto para além de ter garantido dinheiro para o Trans Mountain Pipeline no Canadá destinado a transportar areias betuminosas através de 980 quilómetros.

A etapa seguinte foi o BBVA, Banco Bilbao Vizcaya e Argentaria, denunciado como “um dos principais financiadores do Dakota Access Pipeline”. Desde o Acordo de Paris, o BBVA já investiu 12 mil milhões em fósseis esclarece a organização ambientalista.

A visita terminou no Banco Europeu de Investimento que afirma o Climáximo, “continua a eleger como investimentos prioritários novos projetos fósseis”. Neste caso coloca-se em causa, por exemplo, o TransAdriatic Pipeline, um gasoduto que pretende ligar o Azerbaijão a Itália. O BEI financia vários dos seus troços.

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