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Amazónia: Invasão de aldeia e assassinato de líder indígena fazem temer novo massacre
Na semana passada, Emyra Wajãpi foi encontrado morto com ferimentos provocados por facas. No local, os indígenas encontraram vestígios da presença de mineiros. Entretanto, este fim-de-semana, um grupo de mineiros invadiu a aldeia indígena Waiãpi, em Pedra Branca do Amapari, no Amapá. Os moradores viram-se obrigados a fugir para uma aldeia vizinha e vivem agora um clima de terror.
"Todas as famílias wajãpi estão com medo de sair para caçar, pescar e procurar outras coisas e necessidades", afirmou Jawaruwa Wajãpi, primeiro vereador da etnia eleito no município de Pedra Branca do Amapari (AP), em declarações à DW Brasil.
O assassinato do líder indígena teve fortes repercussões nos media internacionais.
Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para Direitos Humanos, considera que o assassinato é um "sintoma perturbador do crescente problema da invasão de terras indígenas – especialmente florestas – por mineiros, madeireiros e agricultores no Brasil".
"Peço ao governo do Brasil para reconsiderar as suas políticas para os povos indígenas e as suas terras, para que o assassinato de Emyra Wajãpi não prenuncie uma nova onda de violência com o objetivo de expulsar as pessoas das suas terras ancestrais e permitir mais destruição da floresta tropical", vincou Bachelet em comunicado, sinalizando ainda a importância da Amazónia no combate às mudanças climáticas.
Também a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu “a devida diligência do Estado brasileiro para proteger e prevenir possíveis violações de seus direitos humanos".
Já o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que pretende legalizar a exploração mineira e o garimpo em terras indígenas brasileiras, questionou o assassinato de Emyra Wajãpi: "Não tem nenhum indício forte que esse índio foi assassinado lá”.
Durante o período de campanha para as eleições presidenciais, Bolsonaro garantiu que, se vencesse, não existiria mais "nenhum centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola".
Num evento na semana passada em Manaus, o presidente brasileiro afirmou que procura apoio de países ricos para explorar minério em terras indígenas.
Caetano pede proteção dos índios Wajãpis
Vários artistas, entre os quais os cantores Lenine, Maria Gadú, Caetano Veloso e o rapper Criolo, exigem das autoridades brasileiras a proteção aos povos indígenas e denunciam o massacre de índios.
Como participante da iniciativa 342 Amazônia, Caetano Veloso usou as suas redes sociais para pedir ajuda para os indígenas que estão sendo atacados no Amapá.
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COMENTARIO
O que a ONU tem que fazer, para alem dos apelos infrutiferos, é avisar as autoridades brasileiras para a eventualidade de mandar capacetes azuis para a região, afim de evitar o massacre que se adivinha. Tratar o fascismo genocida com luva branca vai levar à morte dos indígenas e dos sem terra. Pede-se a António Guterres acções, mais que orações.
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