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Alta Comissária da ONU quer investigar ataques a migrantes em Itália e Áustria

No seu primeiro discurso no Conselho de Direitos Humanos, Michelle Bachelet anunciou o envio de equipas para Itália e Áustria perante a “escalada alarmante de ataques” contra migrantes e refugiados.
Foto UN Photo / Jean-Marc Ferré

Os ataques contra requerentes de asilo e a minoria cigana em itália e na Áustria vão estar sob observação das Nações Unidas, afirmou esta segunda-feira a ex-presidente chilena e recém-empossada Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU no seu primeiro discurso oficial.

“A decisão de Itália de fechar os portos marítimos, negando entrada aos navios de salvamento das ONG, teve consequências graves para os mais vulneráveis”, lamentou.

Michelle Bachelet lembrou ainda que nos últimos 12 meses caiu bastante o número de migrantes que arriscam a vida na travessia do Mediterrâneo a partir da Líbia, mas “o número dos que morreram durante a travessia foi maior nos primeiros seis meses de 2018 do que era antes”.

Segundo organizações antirracistas italianas, nos três meses que passaram desde a chegada do xenófobo Matteo Salvini ao governo, registaram-se 14 ataques contra migrantes com armas de fogo, dois assassinatos e 56 agressões.

No seu discurso, Bachelet também chamou a atenção para a China, por causa das “prisões arbitrárias de uigures e outras comunidades muçulmanas nos chamados campos de reeducação em Xinjiang”.

A separação de famílias migrantes nos Estados Unidos da América foi outro dos temas focados, numa altura em que ainda há cerca de 500 crianças que não voltaram para junto das suas famílias.

Bachelet defendeu ainda a criação de uma instituição para “recolher provas com vista a um futuro julgamento dos crimes” contra a comunidade muçulmana Rohingya na antiga Birmânia. Os ataques da coligação liderada pelos sauditas no Iémen também foram referidos, com a Alta Comissária a defender que sejam levados à justiça os responsáveis pelos raids aéreos contra civis.

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