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Almaraz: Bloco exige participação portuguesa na discussão sobre o futuro da central nuclear

O governo espanhol prepara-se para prolongar a atividade da central nuclear de Almaraz por mais 20 anos, apesar da central já ter ultrapassado o tempo de vida útil e de serem conhecidas as deficiências técnicas. Para o Bloco de Esquerda, Portugal não pode ser deixado à margem da discussão pública sobre essa decisão, que contém um "impacto transfronteiriço apreciável”.
O deputado bloquista Jorge Costa questionou o ministro do Ambiente acerca da posição que o governo português irá tomar sobre esta matéria, tendo em conta que a Convenção Espoo – sobre Avaliação dos Impactes Ambientais num Contexto Transfronteiriço – prevê que os países afetados em casos semelhantes sejam consultados. Na resposta dada esta terça-feira na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, o ministro revelou que já foi pedida uma reunião urgente ao governo espanhol sobre este assunto.
“Em 2011, a organização não-governamental ucraniana Ecoclub recorreu ao Comité de aplicação da Convenção Espoo, denunciando que esta não fora respeitada quando prolongaram a vida de dois reatores da central nuclear de Rivne, na Ucrânia”, afirmou Jorge Costa ao Expresso, sublinhando que o Comité de Avaliação desta convenção deu razão à ONG. Uma decisão que o Bloco entende ser válida para todos os países signatários da convenção, como é o caso de Portugal e Espanha.
Na semana passada, o Bloco já tinha questionado o governo acerca do parecer favorável do Conselho de Segurança Nuclear espanhol à construção de um armazém para guardar o combustível usado pelos reatores até que seja possível ser transladado para o Armazém Temporário Central de resíduos nucleares previsto para Villar de Cañas (Cuenca).
“A aprovação da construção deste armazém para gerir combustível após estas datas indicia a preparação para expandir a vida útil da central nuclear de Almaraz o que deverá merecer o protesto veemente, a exigência de travagem deste processo e medidas diplomáticas por parte do governo português”, defendeu o deputado Jorge Costa.
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