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Al Jazeera entrega queixa ao TPI pelo assassinato de jornalista por Israel

Cadeia televisiva diz ter novas provas que desmentem a versão israelita de que Shireen Abu Akleh teria sido baleada numa situação de fogo cruzado.
Shireen Abu Akleh Foto Al Jazeera.

A cadeia televisiva Al Jazeera entregou uma queixa formal no Tribunal Penal Internacional em Haia para que este investigue e acuse os responsáveis pela morte da jornalista palestino-estadunidense Shireen Abu Akleh. A jornalista era correspondente da Al Jazeera há 25 anos e foi baleada pelas tropas israelitas a 11 de maio quando cobria um raide militar a um campo de refugiados em Jenine.

Segundo a Al Jazeera, a queixa entregue inclui um dossier com a investigação completa que este órgão de comunicação fez ao assassinato da jornalista veterana, com vídeos, declarações de testemunhas oculares e novos elementos.

Rodney Dixon KC, advogado da estação, afirma que este caso surge "no contexto de um ataque mais vasto à Al Jazeera e aos jornalistas na Palestina". No ano passado, Israel bombardeou o edifício onde a estação funcionava em Gaza. Por isso, "não se trata de um incidente isolado, é um assassinato que faz parte de um padrão mais geral que os procuradores devem investigar para identificar quem é responsável pelo assassinato, e para produzir acusação contra eles", afirmou.

"As provas mostram que o que as autoridades [israelitas] estão a fazer é procurar encerrar" a estação televisiva, prosseguiu Dixon, que entregou a queixa no tribunal em Haia acompanhado de uma sobrinha da jornalista assassinada. Esta queixa vem complementar uma outra também entregue ao mesmo tribunal em setembro por parte da família de Shireen Abu Akleh, com o apoio da Federação Internacional de Jornalistas e do sindicato de jornalistas da Palestina.

O novo documentário da Al Jazeera sobre a morte da jornalista mostra como Shireen e outros colegas, vestindo coletes antibala marcados com a palavra "PRESS" bem visível e capacetes, caminhavam numa estrada e estavam à vista das forças israelitas quando começaram a ser alvejados. Shireen foi baleada na cabeça quando tentava proteger-se atrás de uma árvore e o produtor Ali al-Samoudi foi baleado no ombro. Segundo a estação, essas imagens provam que o grupo de jornalistas era o alvo das forças de ocupação e desmentem a versão oficial de que foram apanhados numa situação de fogo cruzado.

The Killing of Shireen Abu Akleh | Fault Lines

Em reação ao documentário e à queixa, o ministro da Defesa israelita Yair Lapid afirmou na terça-feira que "ninguém irá interrogar os soldados das Forças de Defesa de Israel e ninguém nos dá lições de moral sobre combate, muito menos a Al Jazeera".

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