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Agricultores espanhóis exigem esclarecimentos sobre TTIP

A entidade que coordena as organizações de agricultores e ganadeiros espanhóis solicitou a Madrid que defina as suas posições sobre o acordo entre os EUA e a União Europeia (TTIP).

Em comunicado, a Coordenadora das organizações de Agricultores e Ganaderos (COAG) manifestou “preocupações” que confirmam os “perigos para o modelo agrícola e segurança alimentar” depois de terem sido divulgados documentos confidenciais sobre as negociações entre os Estados Unidos e a União Europeia.

“Não nos interessam posicionamentos ambíguos. Ou se está com os cidadãos e com os agricultores europeus ou com os interesses especulativos de um punhado de multinacionais”, disse o secretário-geral da COAG, Miguel Blanco, citado pela agência Lusa.

Desta forma, esta organização solicitou igualmente aos partidos espanhóis que “definam as suas posições” sobre este acordo durante a campanha eleitoral para as eleições de 26 de junho.

Por seu turno, o presidente francês, François Hollande já afirmou que Paris diz “ não ao TTIP”, por causa do “estado das negociações”.

“Nós não somos pelo livre comércio sem regras", afirmou Hollande após o secretário de Estado do Comércio, Matthias Felk, ter defendido a “suspensão” das negociações com os Estados Unidos, refere a Lusa.

Em Portugal, os deputados do Bloco enviaram uma nova pergunta o governo sobre esta matéria.

No documento dos bloquistas pode ler-se que “ numa democracia não é aceitável que se estejam a negociar sobre o futuro do trabalho, do ambiente, da saúde, da defesa dos cidadãos e cidadãs sem que estes possam ter acesso a essas negociações ou sequer terem uma palavra a dizer sobre se o seu governo deve ou não estar nessas negociações”.

A "carta secreta" de Bruno Maçães

Refira-se que em 22 de março, antes de a Greenpeace ter divulgado o teor dos documentos, o Bloco colocava questões sobre o TTIP ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em que afirmava que o antigo secretário de Estado do governo PSD-CDS, Bruno Maçães “ assinou uma carta secreta” dirigida à Comissão Europeia.

De acordo com os bloquistas, Bruno Maçães “manifestava o seu apoio à inclusão de mecanismos de arbitragem jurídica fora dos tribunais europeus no âmbito do TTIP”.

No referido requerimento, o Bloco revelou que em junho do ano passado “os deputados portugueses foram convidados a consultar o texto do TTIP na sala de leitura da embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa, para onde só poderiam levar um lápis e uma caneta, obrigando-os a aceitar sigilo em relação ao mesmo e impedindo a sua transcrição”.

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