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Afinal, os dinossauros levaram milhares de anos a extinguir-se

Um estudo prova que as populações de dinossauros viveram um declínio gradual ao longo de dezenas de milhares de anos antes da extinção.
Foto de Tom Simpson/Flickr.

Um estudo publicado esta semana na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) demonstrou, através da análise filogenética, que a extinção dos dinossauros foi precedida por um declínio ao longo de, pelo menos, 40 milhões de anos. A análise filogenética é o estudo da relação evolutiva entre espécies, medida pelas semelhanças e diferenças entre moléculas de DNA de diferentes espécies, que são estabelecidas pela sequenciação do DNA.

Pensa-se que a extinção massiva dos dinossauros foi desencadeada pelo impacto da Terra com o asteróide Chicxulub, que embateu num território que atualmente pertence ao México, há 66 milhões de anos. Até agora, não se sabia se as espécies de dinossauros tinham sofrido um declínio gradual até à extinção, ou se eram uma população próspera até ao momento do impacto do meteorito. 

O estudo, liderado por Chris Venditti, da Universidade de Reading, no Reino unido, estudou as dinâmicas de especiação (surgimento de novas espécies) e de extinções que ocorreram antes do impacto do asteróide. Os investigadores revelaram que as taxas de extinção começaram a ultrapassar as de especiação 24 milhões de anos antes do impacto. Analisando os três principais grupos de dinossauros em separado, o modelo indicou que a extinção terá ultrapassado a especiação entre 48 a 53 milhões de anos antes do asteróide ter chocado com a Terra.

Os modelos criados pelos investigadores apoiaram a hipótese que o aumento do nível do mar levou à fragmentação dos habitats, ao isolamento reprodutivo e, logo, à formação de novas espécies. A equipa encontrou um efeito positivo, embora pequeno, do aumento do nível da água do mar na taxa de especiação, que aumentou entre 0.2% e 0.25% pelo aumento de cada metro do nível do mar.

Ainda não se sabe o que levou, especificamente, ao declínio na formação de novas espécies, mas  durante o Cretáceo (entre 145 a 66 milhões de anos atrás) ocorreram diversos fenómenos, como a separação dos supercontinentes e fenómenos de vulcanismo contínuo, que podem ter tido influência.

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