You are here

Administrador que despediu precários vai liderar estratégia social do pós-pandemia em Leiria

A Distrital do Bloco de Leiria denuncia a nomeação de Jorge Santos, administrador da empresa Vipex, para presidir ao recém criado "Gabinete de apoio Económico e Social Pós-Pandemia". Empresa despediu todos os trabalhadores precários durante a pandemia.
Vipex
Foto de despedimentos.pt

Três entidades da região de Leiria estabeleceram um memorando de entendimento para criar uma estratégia comum de apoio económico e social pós-pandemia, que passa pela criação de um “Gabinete Económico e Social Pós-Pandemia” e o desenvolvimento de um “Plano de Medidas para o Novo Lançamento Económico e Social da Região de Leiria, no período Pós-Pandemia”.  

A presidência desta estrutura será atribuída ao atual administrador da empresa Vipex, Jorge Santos,  que, recentemente, despediu várias dezenas de trabalhadores com contratos precários, de acordo com site despedimentos.pt.

A coordenadora distrital de Leiria, do Bloco de Esquerda, já veio lamentar esta decisão. “O Bloco de Esquerda só pode lamentar que instituições públicas como as autarquias e o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) aceitem entregar a presidência do recentemente criado “Gabinete Económico e Social Pós-Pandemia” ao Senhor Jorge Santos, administrador da empresa Vipex, que respondeu ao estado de Emergência com toda a falta de solidariedade e sem responsabilidade social, atirando dezenas de precários para o desemprego segundo as denúncias que chegaram ao portal despedimentos.pt, que até hoje nunca foram desmentidas. Uma pessoa com este perfil não é certamente o que a população da região de Leiria necessita para dar a cara pelo interesse público nos próximos tempos“, diz a organização num comunicado publicado no seu site.

De acordo com os relatos recebidos, após o início da pandemia, todos os trabalhadores  da empresa administrada por Jorge Santos, com vínculos precários, foram despedidos, apenas permanecendo os funcionários com vínculo efectivo.

A notícia do site despedimentos.pt refere ainda várias irregularidades: “são referidas situações em que os trabalhadores são novamente chamados, com novos contratos, começando com saldo negativo no banco de horas, supostamente equivalente ao tempo de pré-aviso para denúncia do contrato anterior (não cumprido pela empresa). Algumas denúncias referem ainda que, entre as pessoas afastadas pela empresa, estão trabalhadoras que estavam em casa para justificado acompanhamento a filhos menores”.

A Vipex, que opera desde 1993, tinha, até ao anúncio dos despedimentos, cerca de cem trabalhadores e trabalhadoras a seu cargo. A empresa dedica-se ao desenvolvimento e fabrico de produtos com componentes de termoplásticos, produzindo também para o setor automóvel. Em 2018, registou um volume de negócios de 13,2 milhões de euros.

Termos relacionados Covid-19, Sociedade
(...)