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“Administração está a retirar direitos aos trabalhadores da Caixa”

Mariana Mortágua marcou presença na concentração de trabalhadores da CGD em greve contra a denúncia do acordo de empresa. Deputada lembra que garantias dadas aquando da recapitalização do banco não estão a ser cumpridas.
“Administração está a retirar direitos aos trabalhadores da Caixa”
Foto de Miguel A. Lopes/Lusa.

Os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos estão em greve contra a denúncia do acordo de empresa pela administração, que quer negociar condições menos vantajosas para os funcionários para controlar os custos salariais.

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC) considerou a denúncia do acordo empresa  por parte da administração de Paulo Macedo “uma verdadeira declaração de guerra aos trabalhadores”, e pelo Sintaf - Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (ligado à CGTP, pouco representativo). O STEC e o Sintaf - Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira são os dois sindicatos que convocam esta paralisação. 

Entre as mudanças em cima da mesa estão a eliminação das promoções por antiguidade e das anuidades, alterações ao regime das promoções por mérito e redução do número de categorias profissionais.

Mariana Mortágua marcou presença na concentração de trabalhadores junto à sede do banco, lembrando as duas garantias dadas pelo governo aquando da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos: que esta “não seria feita nem à custa do serviço que o banco público presta, nem à custa dos direitos dos trabalhadores”. 

“Hoje o que vemos é uma situação completamente diferente. Foram encerrados balcões, foram aumentadas as comissões que são cobradas aos clientes - e por isso também os lucros aumentaram - , mas agora a administração da caixa apresenta a renúncia unilateral e hostil do acordo de empresa que protegia os direitos destes trabalhadores”, criticou a deputada do Bloco de Esquerda.

“E ao fazê-lo está a retirar direitos que eram adquiridos pelos trabalhadores da Caixa”, numa crítica à administração presidida por Paulo Macedo.

Mantendo a crítica ao clima de “hostilidade” da administração para com os trabalhadores, Mariana Mortágua deu o exemplo da convocatória de uma conferência de imprensa para a mesma hora da concentração dos trabalhadores e “em cima das declarações dos membros dos sindicatos”.

Anteriormente, em caso de encerramento de agências, a Caixa comprometia-se com a garantia de um novo posto de trabalho dentro do concelho e no máximo a 40 quilómetros da residência. Esse compromisso irá agora terminar e passará a haver um limite para o montante anual dos créditos à habitação concedidos aos funcionários. 

O STEC informa que hoje a CGD encerrou “balcões por todo o país”, e que os trabalhadores tiveram um comportamento “exemplar” e “ultrapassaram os melhores sonhos” do sindicato ao mostrar com a elevada adesão à greve o seu grau de descontentamento.

“Os trabalhadores estão todos com a greve”, acrescentou João Lopes, representante do sindicato, defendendo que a administração recusa o diálogo com os trabalhadores.

Para além de estar contra a denúncia do acordo de empresa, Sintaf pretende ainda negociar com urgência a tabela salarial proposta no dia 8 de maio de 2018, defender todos os postos de trabalho, o serviço público bancário em todo o território nacional e a CGD enquanto instrumento financeiro público ao serviço do país, bem como manter e reforçar os serviços sociais da CGD.

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