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Açores: Bloco estranha método de decisão sobre incineração em São Miguel
Considerando que a reação é não só tardia, como deixa sérias dúvidas sobre o funcionamento da Associação de Municípios de São Miguel (AMISM), que, aparentemente, toma decisões fundamentais e com um enorme impacto ambiental e económico – como a instalação de uma incineradora de 65 milhões euros – sem o envolvimento do presidente do segundo município com mais população da ilha, e sem que tenham sido ponderadas outras alternativas.
O Presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, e o partido pelo qual foi eleito, o PSD, tinham a obrigação de conhecer a incineração, as suas consequências ambientais e económicas, mas também as suas alternativas, uma vez que o assunto foi amplamente debatido na Região.
Alternativas à incineração
A título de exemplo, em 2011, uma petição contra a incineração deu entrada na Assembleia Legislativa Regional, tendo subido a plenário em 2013. O Bloco Açores, por diversas vezes levou a debate a opção pela incineração e as suas alternativas, fosse na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), em debates públicos e até nas Assembleias Municipais onde se encontra representado.
Alexandre Gaudêncio estava mesmo presente na Assembleia Municipal da Ribeira Grande quando, por proposta do Bloco Açores, a incineração foi discutida na sequência de uma proposta de referendo local que foi chumbada com votos contra de PSD e PS.
Em nenhuma destas ocasiões o PSD ou Alexandre Gaudêncio se juntaram ao Bloco Açores na rejeição da incineração e pela implementação de soluções alternativas, como o Tratamento Mecânico e Biológico, que Gaudêncio agora, felizmente, pretende conhecer.
O Bloco Açores sempre defendeu que a incineração era um projeto errado, incompatível com as metas de reciclagem, que representa sérios riscos para a saúde pública e que é economicamente inviável
O Bloco Açores sempre defendeu que a incineração era um projeto errado, incompatível com as metas de reciclagem, que representa sérios riscos para a saúde pública e que é economicamente inviável.
As recentes notícias que dão conta da importação de resíduos do Funchal para a ilha Terceira, de modo a viabilizar a incineradora da ilha, são a prova da irresponsabilidade destes projetos sobredimensionados e que não prevêem a triagem prévia de resíduos recicláveis, como o plástico e o metal porque serão estes resíduos recicláveis que alimentam, em grande medida, estas incineradoras.
Em São Miguel, ainda é possível evitar este erro. O Bloco de Esquerda está, como sempre, pronto para continuar para lutar por uma forma alternativa de tratamento de resíduos, alternativa à incineração, pela implementação de uma solução economicamente viável, que proteja o ambiente e crie mais postos de trabalho. Se, agora, o Presidente da Câmara da Ribeira Grande se quer juntar a nós, só lhe podemos desejar as mais sinceras boas vindas.
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