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Açores: Bloco denuncia ilegalidades na Lotaçor

Zuraida Soares desafiou esta quinta-feira o presidente do Governo dos Açores a responder a dois abaixo-assinados dos trabalhadores da Lotaçor nos quais se denuncia uma “ilegalidade” a que “estão a ser sujeitos”.
Ricardo Toste e Zuraida Soares durante a visita à Lotaçor

“Há empresas públicas do setor do mar que recebem diuturnidades [Portos dos Açores e Atlanticoline], os trabalhadores da Lotaçor estão proibidos de as receber. Há trabalhadores da Lotaçor com aumentos de vencimentos através de um processo que chamam de requalificação, o que quer que isso queira dizer, mas a grande maioria nem sequer fazem ideia do que isso é", afirmou à Lusa a dirigente bloquista Zuraida Soares.

A coordenadora do Bloco Açores acusou desta forma o Governo Regional de praticar “dois pesos e duas medidas”.

A dirigente do Bloco afirmou que há trabalhadores na empresa que estão a ser “requalificados pela sucapa”, sendo-lhes pedido que “não digam nada”, mantendo-se a maioria dos trabalhadores sem aumentos no âmbito de um processo “completamente ilegal” e onde há “há favoritismo”.

Nos abaixo-assinados, enviados pelo Bloco à agência Lusa, os trabalhadores da Lotaçor afirmam que apesar do Orçamento do Estado não permitir - desde 1 de janeiro de 2010 - as empresas públicas e entidades empresariais atribuem valorizações remuneratórias a alguns funcionários que desta forma “têm sido aumentados por força da reclassificação de carreiras e outros subsídios”.

Nos documentos, os trabalhadores adiantam que no setor público empresarial as empresas públicas Portos dos Açores e Atlanticoline os funcionários “foram aumentados” por via das diuturnidades, com efeitos a partir de julho de 2016.

Pobreza e precariedade

A candidata, que esteve esta quinta-feira na ilha Graciosa, onde se reuniu com a Associação de Pescadores Graciosenses, disse que se vive uma “situação de pobreza e de precariedade” nos trabalhadores do setor e defendeu uma reestruturação das pescas com base numa “parceria séria entre a pesca e a investigação científica”.

Neste sentido, Zuraida Soares voltou a reivindicar a equiparação do Fundopesca ao salário mínimo regional, a par da necessidade de haver contratos de trabalho no setor.

A coordenadora do Bloco Açores disse ser “muito interessante” o líder do PS/Açores afirmar, como ontem [quarta-feira], em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, que estará do lado dos pescadores se a União Europeia baixar a quota do goraz, quando "ainda há pouco tempo o PS se recusou a aprovar" uma proposta na Assembleia Legislativa Regional que pretendia acionar os fundos europeus para compensar a perda de rendimentos.

Ricardo Toste, cabeça de lista do Bloco na Graciosa exigiu respeito pelos pescadores e pelas suas famílias, e salientou a importância do setor da pesca para a ilha Graciosa e para a Região.

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