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Ação europeia pelo Direito à Habitação também aconteceu em Lisboa

Centenas de pessoas juntaram-se numa assembleia pública no Largo do Intendente exigindo o prolongamento da suspensão dos despejos e o aumento de habitação pública.
Ação pelo direito à habitação. Março de 2021. Foto de Nuno Fox/Lusa.
Ação pelo direito à habitação. Março de 2021. Foto de Nuno Fox/Lusa.

A associação Habita e a plataforma Stop Despejos realizaram este domingo uma assembleia pública em Lisboa no Largo do Intendente. A ação inseria-se no Dia Europeu da Ação pela Habitação que foi assinalado por associações de luta pelo direito à habitação em cerca de 70 cidades.

“Casas para as Pessoas e não para o Lucro” foi o lema da ação em que se reivindicou o aumento da habitação pública e o prolongamento da suspensão dos despejos que começou a ser aplicada por causa da pandemia.

Na assembleia tomaram a palavra pessoas que correm risco de serem despejadas, que não têm meios para pagar a renda, que vivem em habitações sem condições e sobrelotadas.

À Lusa, Rita Silva, da Habita, sintetizou algumas das razões por detrás do protesto: "O preço das casas aumentou, não diminuiu com a crise. O imobiliário está cada vez mais desfasado da realidade concreta da sociedade" marcada pelo aprofundamento do desemprego, “a perda de rendimentos e a falta de apoios sociais" que "já vinham da crise anterior".

Daí que uma das prioridades seja prolongar a suspensão de despejos "enquanto não houver soluções", de forma a evitar "uma situação muito complicada".

Rita Silva esclarece que a suspensão dos despejos não impediu que os processos continuem a correr nos tribunais e que as pessoas continuem a ser notificadas. Assim, “sabem que, mais tarde ou mais cedo, o despejo vai acontecer. Essas pessoas estão à procura de casa no mercado e não conseguem arranjar nenhuma alternativa".

Há também "pessoas que continuam a viver em barracas, em situações extremamente degradadas e que continuam a enfrentar a questão da demolição". E a ativista sublinha que as mulheres são das que mais estão a sofrer com estas situações, sobretudo "mães, sozinhas com crianças, em que o seu rendimento não chega para pôr comida na mesa".

A ação decorreu com máscaras e distanciamento social e teve uma adesão de entre 200 a 300 pessoas. Isto apesar de, devido à limitação de circulação entre concelhos, algumas pessoas que queriam ter participado não o puderam fazer: "Incrivelmente, tivemos pessoas que não puderam chegar aqui porque foram 'barradas' pela polícia e limitadas nos seus direitos de se deslocarem entre concelhos para poder participar numa ação política. Achamos que é muito grave", diz Rita Silva.

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