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82% da riqueza criada em 2017 foi parar às mãos dos 1% mais ricos

Um relatório da Oxfam International revela que no ano passado a fatia da riqueza nas mãos da metade mais pobre do planeta não aumentou. Foram os bilionários que arrecadaram boa parte da riqueza criada, num valor que daria para acabar sete vezes com a fome no mundo.
Na véspera do arranque da cimeira de Davos, a Oxfam divulgou mais um relatório sobre o aumento da desigualdade no planeta. Imagem Mike Licht/Flickr

O fosso entre os bilionários e o resto da população não parou de aumentar no ano passado, com os 1% mais ricos a ficarem com 82% da riqueza criada, diz a Oxfam, uma confederação de 17 ONG que desenvolve trabalho no combate à fome e às desigualdades. O relatório surge na véspera da abertura da conferência de Davos e aponta um aumento do número de multimilionários - atualmente 2043, dos quais 90% são homens - que viram a sua riqueza aumentar 13% desde o início da década, seis vezes mais do que os aumentos nos salários no mesmo período.

O relatório baseia-se nos números da riqueza mundial fornecidos pelo Credit Suisse e aponta ainda que só em 2017, a riqueza dos bilionários aumentou 762 mil milhões de dólares (622,8 mil milhões de euros), um valor que corresponde a sete vezes o que é necessário para acabar com a fome no mundo. 42 pessoas detêm tanta riqueza como os 3.7 mil milhões que formam a metade mais pobre da população mundial. No ano passado, essa fatia da riqueza pertencia a 61 bilionários e em 2009 eram 380 os bilionários a possuir a mesma riqueza da metade mais pobre do planeta.

“O boom de bilionários não é um sinal de uma economia próspera, mas um sintoma de um sistema económico decadente”, afirmou Winnie Byanyima, diretora da Oxfam, citada pela CNN.

Ler também: Metade da riqueza mundial já está nas mãos de 1% da população

“É difícil encontrar um político ou um grande empresário que nao diga que está preocupado com a desigualdade. Mais difícil é encontrar um que faça alguma coisa sobre isso”, acrescentou, recordando que “muitos estão de facto a tornar a situação ainda pior, ao cortar nos impostos e dos direitos laborais”.

A Oxfam sublinha a necessidade de os governos agirem no sentido de promoverem uma distribuição mais justa do rendimento e o reforço dos direitos de quem trabalha, a par do combate à evasão fiscal e da imposição de tetos sobre os dividendos e os prémios dos administradores das empresas.

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