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2800 mortes devido a poluição atmosférica em Portugal

O relatório Health at a Glance alerta para que, até 2060, entre seis a nove milhões podem morrer devido à poluição atmosférica. Na mesma altura em que é conhecido que a seca extrema aumenta em Portugal e que o mês de outubro deste ano foi o mais quente no mundo, a OCDE destaca também os efeitos do aumento da temperatura na saúde.
Poluição atmosférica.
Poluição atmosférica. Foto de Justin Lane/EPA/LUSA.

Só no ano de 2016 morreram 2800 pessoas em Portugal por causa da poluição atmosférica, segundo a OCDE. A média de mortes no país devido a este fator é de 28,3 por cem mil habitantes, situando-se abaixo das 40 que se registam no conjunto dos 36 países desta instituição.

De acordo com o relatório Health at a Glance 2019, Letónia, Hungria e Lituânia são os países da OCDE em que mais mortes por poluição atmosférica acontecem, superando as 80. No polo oposto surgem a Nova Zelândia com 13,6, o Canadá com 14,7 e a Austrália com 16,8. A situação portuguesa é considerada dentro da média deste grupo de países. Fora estes, destaque para a Índia e a China que apresentam números muito maiores na ordem das 140 mortes por cem mil habitantes.

Esta organização considera a poluição atmosférica como “uma das principais causas de morte e incapacidade”, estando previsto um aumento do seu impacto no futuro “se não houver uma ação política adequada”. Até 2060 poderão morrer prematuramente entre seis a nove milhões de pessoas, estima-se.

Aumento das temperaturas mundiais: o Outubro mais quente de sempre

A edição deste ano do Health at a Glance sublinha ainda os efeitos gravosos do aumento das temperaturas para a saúde humana.

Um aumento medido por registos como os do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do programa Copérnico. Segundo este, o mês de outubro de 2019 foi o mês de outubro mais quente de que há registo. A média do mês de outubro deste ano superou em 0,69 graus centígrados a temperatura média do período de 1981 a 2010 e 1,2 em comparação com o período pré-industrial. O recorde do mês de outubro de 2015 foi superado em 0,01 graus.

Já nos meses anteriores esta tendência era clara: junho, julho e setembro também foram considerados os mais quentes de sempre quando comparados com os meses análogos de anos anteriores. Agosto foi exceção tendo sido medido como o segundo mais quente de sempre.

Aumento das temperaturas, seca em Portugal

Em Portugal, segundo o Boletim Climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera a média temperatura máxima registada no mês do outubro foi superior ao normal (22,42 graus), tendo o valor médio da temperatura mínima ficado abaixo do normal (11,08 graus).

Apesar da quantidade de precipitação ter alcançado 81% do valor normal, houve uma “forte variabilidade espacial da distribuição da precipitação", com o nordeste a ter valores superiores ao normal quando o sul teve valores inferiores.

O que fez que se agrava-se a sul a seca que se mitigou no centro e no norte. Segundo o índice meteorológico de seca do IPMA, no final do mês passado, cerca de um terço de Portugal estava em situação de seca severa (31,9%), 4,3% em seca extrema e 33,5% em seca moderada e 17,5% em seca fraca. Relativamente ao mês setembro, 48,4% do país encontrava-se em seca moderada, 32,7% em seca severa, 15,4% em seca fraca e 3,4% em seca extrema.

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