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18 civis queimados vivos: GUERRA ABERTA NO LÍBANO

guerralibanoEm poucos dias, o Líbano tornou-se um cenário de guerra aberta. A ofensiva militar israelita – que diz ter por alvo as milícias da organização xiita Hezbollah mas que atinge principalmente a população – já provocou a morte de 90 civis libaneses e ferimentos em 250. Na manhã deste sábado, 18 libaneses, entre os quais nove crianças, foram queimados vivos num bombardeamento israelita sobre os habitantes que fugiam de uma aldeia perto da cidade de Tiro, segundo a Força de intermediação das Nações unidas e fontes hospitalares.

Ontem, o Hezbollah conseguiu atingir com míssil uma fragata israelita que participava do bloqueio marítimo ao Líbano. Quatro fuzileiros israelitas morreram no ataque. O Hezbollah continua a lançar foguetes sobre o Norte de Israel, tendo atingido a cidade israelita de Tiberíades, a 35 km da fronteira. A censura de guerra israelita impede a divulgação de baixas.

O Conselho de Segurança da ONU não aprovou o pedido de cessar-fogo apresentado pelo governo libanês, que representa um sempre frágil compromisso entre as três principais comunidades do país: cristãos maronitas, muçulmanos sunitas e muçulmanos xiitas. Ao mesmo tempo que pede o cessar-fogo, o governo demarca-se da captura de dois soldados israelitas pelo Hezbollah.

Já o presidente do Líbano, Emile Lahoud, um cristão que tem o apoio da Síria, denunciou que "Israel tem a intenção de destruir o Líbano e a sua infra-estrutura de acordo com um plano premeditado”. Além de atingiram os bairros perto da fronteira, de maioria xiita, e a zona xiita de Beirute, os ataques israelitas têm tido como alvo estradas e postos de gasolina, numa tentativa de bloquear completamente o território libanês, impedindo qualquer fuga. O Líbano, depois de terminada a guerra civil de 15 anos, voltava a ser um dos principais centros de férias do Médio Oriente, muito procurado pelos milionários do Golfo.

A União Europeia criticou a “reacção desproporcionada” de Israel. Na França, o presidente Jacques Chirac usou termos semelhantes. A França está a montar uma operação de resgate dos civis franceses que querem sair do Líbao. Hoje, 116 espanhóis que viviam no Líbano chegaram a Madrid, vindos da Síria, depois de atravessarem a fronteira por via terrestre com a Síria, usando uma estrada que tem sido alvo de bombardeamentos israelitas.

Em Espanha, José Luiz Zapatero disse que Israel está a cometer um erro ao atacar o Líbano, acrescentando que a UE e os EUA devem assegurar um fim imediato das hostilidades: “Uma coisa é a defesa, que é legítima, e outra é uma contra-ofensiva e um ataque em larga escala”, disse, de acordo com o diário libanês Daily Star.

No Cairo, representantes da Liga Árabe estão reunidos, tentando chegar a uma posição comum.

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