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“Quero dar visibilidade aos cidadãos invisíveis”
Jorge Falcato é ativista do movimento (d)Eficientes Indignados e arquiteto na Câmara Municipal de Lisboa.
UMA ESPÉCIE DE DECLARAÇÃO
Sou candidato independente na lista do Bloco de Esquerda.
Porque vivi o 25 de Abril já com a consciência de viver num pais cinzento, deprimente.
A família era de esquerda, coisa que passa por osmose.
Já tinha alguma “militância” no movimento estudantil.
Vivi aqueles dias.
Estive nos bairros de lata (não era a primeira vez) onde vi a “esperança andar à solta”.
Onde todos estivemos convencidos que o futuro estava nas nossas mãos.
Não foi assim.
O poder sempre esteve nas mesmas mãos.
A ilusão soube bem.
Conquistaram-se direitos. O país ficou melhor.
O poder continuou nas mesmas mãos. À espera.
Voltaram para reclamar o seu direito de pernada há uns anos, mas agora estão mesmo dispostos a foder-nos.
É por isto que sou candidato.
Mas não é só por isto.
Em 1978 fiquei paraplégico. Um tiro da policia quando protestava contra a realização duma manifestação fascista.
Percebi que havia gente que era excluída só pela sua condição física, mental ou sensorial.
Os chamados cidadãos invisíveis.
Foi essencialmente por estes que aceitei o convite. Para lhes dar visibilidade.
Porque para todos os outros há gente muito melhor que eu.
Publicado no Facebook de Jorge Falcato
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