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“Quero dar visibilidade aos cidadãos invisíveis”

Jorge Falcato, candidato independente da lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, explica que foi essencialmente para dar visibilidade aos chamados cidadãos invisíveis, que são excluídos pela sua condição física, mental ou sensorial, que aceitou o convite de se candidatar.
Jorge Falcato: ativista do movimento (d)Eficientes Indignados. Foto de Paulete Matos

Jorge Falcato é ativista do movimento (d)Eficientes Indignados e arquiteto na Câmara Municipal de Lisboa.

UMA ESPÉCIE DE DECLARAÇÃO

Sou candidato independente na lista do Bloco de Esquerda.

Porque vivi o 25 de Abril já com a consciência de viver num pais cinzento, deprimente.

A família era de esquerda, coisa que passa por osmose.

Já tinha alguma “militância” no movimento estudantil.

Vivi aqueles dias.

Estive nos bairros de lata (não era a primeira vez) onde vi a “esperança andar à solta”.

Onde todos estivemos convencidos que o futuro estava nas nossas mãos.

Não foi assim.

O poder sempre esteve nas mesmas mãos.

A ilusão soube bem.

Conquistaram-se direitos. O país ficou melhor.

O poder continuou nas mesmas mãos. À espera.

Voltaram para reclamar o seu direito de pernada há uns anos, mas agora estão mesmo dispostos a foder-nos.

É por isto que sou candidato.

Mas não é só por isto.

Em 1978 fiquei paraplégico. Um tiro da policia quando protestava contra a realização duma manifestação fascista.

Percebi que havia gente que era excluída só pela sua condição física, mental ou sensorial.

Os chamados cidadãos invisíveis.

Foi essencialmente por estes que aceitei o convite. Para lhes dar visibilidade.

Porque para todos os outros há gente muito melhor que eu.

Publicado no Facebook de Jorge Falcato

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