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“As políticas de austeridade são a raiz de todos os males”

João Semedo afirmou esta segunda-feira ser uma "exigência democrática" que o Governo divulgue "com rigor" antes das eleições europeias onde vai ser o corte no valor de cerca de 1,5 mil milhões de euros. Comentando as eleições municipais francesas, Marisa Matias alertou que “com a extrema-direita renasce o racismo, renasce a discriminação, agravamento de desigualdades e não o contrário".
O líder bloquista realçou ainda que o Bloco tem uma "alternativa diferente" aos cortes e à austeridade para que Portugal entre num ciclo de crescimento económico. Foto de Miguel A.Lopes/LUSA

Em Guimarães, à margem de uma visita ao laboratório 3B´s da Universidade do Minho, João Semedo acusou o Governo de "esconder" onde pretende efetuar cortes na despesa pública e de ter a intenção de continuar com a austeridade mesmo depois de terminado o plano de ajuda a Portugal.

O líder bloquista realçou ainda que o Bloco tem uma "alternativa diferente" aos cortes e à austeridade para que Portugal entre num ciclo de crescimento económico.

"A exigência democrática quer se pode fazer é que, antes das eleições europeias, o Governo divulgue com rigor onde vai cortar para que os portugueses saibam exatamente o que se vai passar neste país, quais são as intenções deste Governo e quais são as alternativas", apontou.

João Semedo comentava assim o que o ex-líder do PSD Marques Mendes disse, sábado no seu espaço de comentário na SIC, sobre o Conselho de Ministros já ter começado a discutir o Documento de Estratégia Orçamental para 2015, no qual constam os cortes do próximo ano.

"Já há um número. Os cortes em 2015 vão oscilar entre os 1,5 e 1,7 mil milhões de euros", afirmou Marques Mendes.

Para o Bloco o comentador revelou um "segredo de polichinelo" uma vez que, explicou, toda a gente o sabe, basta fazer as contas".

No entanto, Semedo exige que Passos Coelho clarifique onde se vão dar os cortes.

"A troika vai embora mas vai deixar mais cortes e austeridade. O próprio Governo não o esconde embora esconda onde vai fazer esses cortes", acusou.

Segundo o líder do Bloco, "se o défice das contas públicas tiver que se reduzir em 4 por cento em 2014 para 2,5 do PIB em 2015 significa que tem que haver um reequilíbrio das contas públicas no valor de 2,4 mil milhões de euros" o que, disse, "significa mais cortes".

Cortes estes que para os bloquistas serão "cortes em salários, nas pensões, nos serviços públicos, aquilo que o Governo tem feito e a única coisa que sabe fazer".

O Bloco, garantiu Semedo, "tem uma alternativa diferente dos cortes e da austeridade que é a reestruturação da divida" que, explanou, é a "única forma possível de canalizar para o investimento na economia aquilo que são as receitas do Estado e não para pagar os juros dos credores".

Semedo alertou ainda que a austeridade é "incompatível com o crescimento económico" mas que não irá terminar com a saída da ‘troika’ do país.

"Vai haver mais austeridade e é essa a intenção do Governo, mesmo depois da saída da ‘troika", disse.

"É muito preocupante o crescimento da extrema-direita em França"

O partido francês de extrema-direita, Frente Nacional, de Marine le Pen, obteve um forte crescimento eleitoral, na primeira ronda das eleições municipais em França, que se realizou domingo, marcadas por uma sanção da esquerda no poder, uma ligeira progressão da direita e uma abstenção recorde.

Marisa Matias referiu que as eleições de 25 de maio vão servir como "barómetro" para as expetativas de crescimento da extrema-direita o que, a acontecer, terá "graves consequências" para a Europa.

"É muito preocupante o crescimento da extrema-direita em França", disse a candidata bloquista.

Segundo Marisa Matias, o fortalecimento de partidos de extrema-direita na Europa "tem a ver com o crescente populismo resultante das políticas de austeridade" que para o Bloco "são na realidade a raiz de todos os males".

Para a candidata do Bloco, "a principal causa de tudo isto é a forma como a política de austeridade está a destruir económica e socialmente os países e como abre campo ao surgimento destes populismos que se ligam com uma mensagem que, na realidade, vai direta àquilo que são as preocupações das pessoas".

Marisa Matias apontou ainda as eleições de maio como "barómetro" para o crescimento, ou não, da extrema-direita na Europa.

"Espero que as expetativas que estão criadas neste momento para o crescimento destas forças não se venham a verificar".

Isto porque, alertou, "com a extrema-direita renasce o racismo, renasce a discriminação, agravamento de desigualdades e não o contrário".

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