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Revolta estudantil no Chile

Três meses de intensa mobilização estudantil em luta pela Educação Pública estão a transformar o Chile. No final de Agosto, dois dias de greve geral convocados pela central sindical ampliaram a luta contra o governo conservador de Sebastian Piñera e pelo fim da “herança de Pinochet”. Dossier organizado por Carlos Santos
Foto de Fabs Y/ Flickr

A manifestação estudantil de 30 de Junho juntou mais de 250.000 pessoas, o “Domingo familiar pela educação pública” em 21 de Agosto cerca de meio milhão, os estudantes procuram acabar com a herança de Pinochet e, segundo um manifesto de historiadores, é uma revolução antineoliberal social/estudantil As reivindicações do movimento foram apresentadas numa carta da Confederação de Estudantes ao Presidente. O movimento que tem agido em unidade com os professores, recebeu o apoio dos escritores Eduardo Galeano e Luís Sepúlveda (Carta Aberta para que alguém a leia à cidadã Ena von Baer).

Neste dossier, pode ler uma breve história do movimento estudantil, um artigo sobre as lições do movimento estudantil chileno e a análise de um dirigente estudantil brasileiro (paralisação estudantil contra uma educação em crise em um país do "primeiro mundo"). Por fim, vídeos das lutas dos estudantes e um artigo de Waldo Mermelstein a recordar  O outro 11 de Setembro: a tragédia chilena.

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Neste dossier:

Revolta estudantil no Chile

Três meses de intensa mobilização estudantil em luta pela Educação Pública estão a transformar o Chile. No final de Agosto, dois dias de greve geral convocados pela central sindical ampliaram a luta contra o governo conservador de Sebastian Piñera e pelo fim da “herança de Pinochet”. Dossier organizado por Carlos Santos

O outro 11 de setembro: a tragédia chilena

O militante brasileiro Waldo Mermelstein vivia no Chile e foi testemunha do processo revolucionário e do golpe que vitimou milhares de pessoas e impôs o modelo precursor do neoliberalismo. Quarenta e um anos depois republicamos este artigo de 2011.

Estudantes procuram acabar com a herança de Pinochet

Em três meses de mobilizações massivas, os estudantes chilenos mudaram a face do país. Nunca nos últimos vinte anos os protestos foram tão importantes como estes. Renascem os sonhos de Allende. Por Víctor de la Fuente

Manifesto de Historiadores: Revolução antineoliberal social/estudantil no Chile

Apesar de corresponder a um momento novo da política e da história social pós-ditadura, a revolta estudantil este só pode compreender-se a partir da perspectiva mais ampla da historicidade do século XX no Chile.

Carta da Confederação de Estudantes do Chile ao Presidente Piñera

Através do presente documento queremos intimar o Governo do Presidente Sebastián Piñera a manifestar de forma clara a sua posição relativamente às exigências seguintes, que representam temas fundamentais, omitidos ou abordados com ambiguidade e ineficácia.

Carta Aberta para que alguém a leia à cidadã Ena von Baer, por Luis Sepúlveda

Cidadã porta-voz do governo, se os estudantes vão mais além das suas justas reivindicações puramente académicas, é porque decidiram tomar em suas mãos a correcção de algo anómalo, como a aberração de o Chile ser um país democrático que se rege por uma Magna Carta escrita à imagem e semelhança do ditador que a impôs. Por Luis Sepúlveda, escritor.

Breve história do movimento estudantil

Não é errado afirmar-se que o movimento estudantil chileno tem sido o mais importante da América Latina nos últimos cinquenta anos. Por Álvaro Ramis

As lições do movimento estudantil chileno

Através de uma série de massivas manifestações pacíficas o movimento estudantil, liderado pela Confederação de Estudantes do Chile (CONFECH), expressou a sua insatisfação com o projecto de reforma educacional proposto pelo actual governo, mostrando à sociedade chilena que este não satisfaz as necessidades da educação científica, tecnológica, artística e humanista de seus habitantes. Por Jaime Massardo

Paralisação estudantil contra uma educação em crise em um país do "primeiro mundo"

Em Santiago do Chile, há muitas universidades, 80% delas privadas. Até aí nenhuma grande diferença da realidade brasileira em que 75% das vagas do ensino superior são oferecidas na rede privada. Mas no Chile, mesmo as universidades públicas são pagas. Essa realidade faz parte da política do governo Piñera para a educação. Por Mateus Fiorentini

4 vídeos das lutas dos estudantes no Chile

Muitos vídeos e diversos canais no youtube ajudaram a divulgar e dão a conhecer as acções e mobilizações dos estudantes chilenos. Um primeiro vídeo, sobre a manifestação realizada a 16 de Junho, a violenta repressão policial de que foi alvo e a resistência dos jovens.