Está aqui
OPEP: o mercado petrolífero está louco
O ministro argelino de Energia e actual presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Chakib Khelil, disse que "o mercado petrolífero está louco". Para este responsável, a OPEP nada pode fazer para baixar os preços do petróleo, já que a alta se deve a tensões geopolíticas, à desvalorização do dólar e à especulação, e não à falta de oferta.
Chakib Khelil disse que o mercado está equilibrado, existindo consonância entre oferta e procura. Não existe escassez desta matéria-prima, pelo que a OPEP não pretende aumentar a produção. "Se a OPEP decidisse aumentar a produção, (...) por causa da especulação, este aumento não faria verdadeiramente baixar os preços", afirmou o ministro argelino.
O secretário-geral da organização, Abdullah al-Badri, disse que há muito petróleo no mercado: "Os stocks estão muito altos, cerca de 53 dias para a frente", disse numa entrevista à agência Reuters em Maio. "Estamos preocupados, porque estes preços nada têm a ver com a oferta e a procura."
A Agência Internacional de Energia informou em 13 de Maio deste ano que os stocks de petróleo dos países da OCDE equivaliam a 53,3 dias de consumo em Março, ao mesmo tempo que reviam em baixa as previsões de crescimento da procura por petróleo em 2008, devido aos preços recorde e ao abrandamento do crescimento económico. Badri advertiu que os preços podem continuar a subir devido a factores alheios ao mercado, como o contínuo declínio do dólar.
"Não sou um defensor dos altos preços do petróleo", disse, acrescentando que a situação "não é de bonança para nós", já que os preços mais altos das matérias-primas, dos alimentos ao aço, criaram mais despesas para as nações produtoras. "Se quisermos produzir mais petróleo agora, teremos de pagar mais", observou. Perguntado se a OPEP estava a pensar afastar-se do dólar em queda, como forma de estabilizar os mercados de energia, Badri disse: "É uma coisa que não se faz do dia para a noite, mudar de uma moeda para outra - cada país tem a sua própria política".
Adicionar novo comentário