Nota de pesar do Bloco sobre a morte de José Mário Branco

O Bloco de Esquerda divulgou uma nota de pesar onde “presta homenagem ao destacado artista, cantor e compositor” e apresenta condolências a Manuela de Freitas, à família e aos amigos.

19 de novembro 2019 - 14:44
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José Mário Branco (1942-2019) - Foto do Fórum Socialismo 2018

Na nota, o Bloco de Esquerda destaca não só o artista, cantor e compositor e a sua obra marcante, mas também o militante político, o combatente contra o fascismo e o lutador contra as opressões e desigualdades.

Publicamos aqui o texto integral da nota de pesar do Bloco de Esquerda:

Morreu José Mário Branco

O Bloco de Esquerda presta homenagem ao destacado artista, cantor e compositor, que foi também um lutador político antifascista e combatente contra as opressões e as desigualdades.

Músico muito para lá do rótulo da “canção de intervenção”, trabalhou com gente de todas as gerações, compôs, produziu, apoiou, ensinou e influenciou gente de tantas proveniências musicais. Foi ator na Comuna, compôs música para cinema e teatro. Marcou sempre pelo rigor, pela exigência estética e pela radicalidade do seu compromisso ético.

No início da década de 1970, José Mário Branco destacou-se como jovem cantor, que lutava pela Liberdade e contra a guerra colonial no final do fascismo, animando a geração que viria a ser decisiva na Revolução de Abril. Exilado em França, participou ativa e militantemente no Maio de 68 e animou as iniciativas políticas da emigração portuguesa contra o fascismo e a guerra colonial.

Em 1974 e 1975, José Mário Branco participou com outros cantores no movimento de renovação da música portuguesa e na mobilização popular pela transformação social. No final de 1974, foi fundador da UDP. Em 1980, José Mário Branco foi eleito para o Conselho Nacional da UDP.

Na sua ação artística, refletiu a desilusão da esquerda revolucionária no pós-PREC, tendo-se tornado marcante a sua obra “FMI”. No mesmo período compôs a canção "Eu vim de longe, eu vou para longe", um manifesto de mobilização cidadã. A sua obra acompanhou a luta da esquerda, pela democracia e contra a injustiça.

Em 1999, apoiou a criação do Bloco de Esquerda - partido do qual foi dirigente, tendo integrado a Mesa Nacional.

Na sua vida, foi sempre marcante a indignação perante diferentes opressões, o apelo ao combate à exploração capitalista e a defesa da luta popular. O Bloco de Esquerda lamenta o falecimento de José Mário Branco e apresenta as suas condolências a Manuela de Freitas, à família e aos amigos.

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