Jorge Leite começou por referir o contexto de crise e fez uma abordagem das formas de desvalorização pessoal e social do trabalho, nas seguintes dimensões: os aspetos estruturais que tornaram o país mais vulnerável aos impactos da crise; as conexões entre distribuição da riqueza e as assimetrias nas relações laborais; as modalidades de precarização do trabalho; as principais desigualdades sociais, visíveis na sociedade portuguesa, das quais resultam impactos para o mundo do trabalho.
O professor jubilado da Universidade de Coimbra destacou o contributo da austeridade no aumento das assimetrias nas relações entre capital e trabalho, acusando os “defensores da estratégia da austeridade” de “deprimir as pessoas para, em seguida, as esmagar, reprimir, uma vez que as medidas se sucedem a um ritmo vertiginoso, sendo para muitos inesperado”.
Lembrando que Portugal figura no quadro dos países onde se trabalham mais horas de trabalho por semana, Jorge Leite afirmou que “não existe uma relação consistente entre o número de horas trabalhadas e a produtividade” e defendeu um horário de trabalho entre as 20 e 25h, o que contribuiria para acabar com o desemprego. O Professor alertou que “o desemprego é uma forma de baixar o custo do trabalho, não interessando ao capital e ao governo resolver este problema”.
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