Dois acontecimentos catapultaram a extrema-direita europeia para as manchetes de todo o mundo e acenderam o alerta diante do crescimento do extremismo racista, nacionalista e xenófobo. Em 17 de abril, o partido Verdadeiros Finlandeses conquistou 39 deputados, nas eleições parlamentares da Finlândia, contra os 5 que tinha alcançado em 2007, convertendo-se na terceira força política do país.
Em 22 de julho, Anders Breivik, um louco simpatizante da extrema-direita perpetrou um atentado à bomba contra edifícios públicos em Oslo, matando oito pessoas;duas horas depois, perseguiu e assassinou a tiro 69 jovens militantes trabalhistas que se encontravam num acampamento na ilha de Utoya. O massacre durou 20 minutos e Breivik, de 32 anos, entregou-se à polícia quando esta finalmente chegou.
Se este último acontecimento pode ser considerado um caso extremo, mas isolado, de um paranóico simpatizante das ideias do conservadorismo, do ultranacionalismo, do populismo de extrema-direita, da islamofobia, do sionismo e do antifeminismo, o mesmo não se pode dizer em relação a fenómenos como o crescimento eleitoral dos Verdadeiros Finlandeses.
De facto, a extrema-direita começa a chegar a resultados eleitorais preocupantes e a ocupar lugares importantes em governos e parlamentos. O partido Democratas Suecos, que se autodefine como movimento nacionalista, obteve pela primeira vez representação parlamentar nas eleições de 2010, com 20 deputados e 5,7% dos votos.
O Partido da Liberdade holandês, que fora o quinto mais votado nas eleições de 2006, obtendo nove deputados, deu um salto para se transformar no terceiro maior partido do país, nas eleições de 2010, com 24 deputados. O Jobbik, da Hungria, também se tornou o terceiro partido do país nas eleições de 2010, depois de ter obtido posição semelhante nas europeias de 2009. “Jobbik” tem dois significados: “A escolha certa”, e também “Mais à direita”.
Em França, as sondagens apontam a terceira posição nas eleições presidenciais de 2012 para Martine Le Pen, do Front Nacional, com 19% das intenções de voto, apenas cinco pontos atrás de Nicolas Sarkozy. E no final do ano, o governo tecnocrático da Grécia presidido por Lucas Papademos, consagrou a entrada do partido LAOS, com um ministro e três sub-ministros no governo dito de “unidade nacional”. O LAOS significa o racismo oficial no poder.