60 anos de independência da Argélia

porMariana Carneiro

Decorridos mais de 130 anos de colonização francesa, e após uma longa guerra de libertação, a Argélia conquistou a independência a 5 de julho de 1962. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

03 de julho 2022 - 17:07
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A insurreição de “Toussaint rouge” de novembro de 1954 marcou o início da Guerra da Argélia. Oito anos depois, a 18 de março de 1962, os acordos de Evian abriram caminho para a proclamação da independência, datada de 5 de julho daquele ano. A Revolução Argelina pôs fim a 132 anos de colonização francesa, iniciada com a tomada da regência de Argel em julho de 1830. A história da ocupação e colonização francesa é uma história de sangue e terror, mas também de resistência e luta.

Hoje, a memória da Independência da Argélia, deste momento ímpar na nossa História, com extensas repercussões a nível mundial, continua a ser alvo de disputa. Recentemente, Marine Le Pen enfatizou que "a colonização contribuiu para o desenvolvimento da Argélia" e garantiu que “a extrema-direita francesa transformará este mandato num campo de batalha da memória”. Em Perpignan, o autarca Louis Aliot, membro desde 1990 da Frente Nacional, atual Rassemblement National, promoveu no final de junho um longo fim de semana de homenagem à Organização Armada Secreta (OAS), braço armado clandestino e sanguinário dos ultras da "Argélia Francesa”, e de elogio à "obra colonial".

Neste dossier, reunimos um conjunto de contributos de Benjamim Stora, Toufik Hadjadji, Alain Krivine, Frantz Fanon, Fabetz, Robert Masey, Rui Pedro Silva, Sylvie Thénault, Mariana Carneiro e de Nils Andersson sobre as resistências à guerra e, concretamente, sobre os artistas insurgentes, que nos parecem essenciais para contribuir para o resgate da memória da Revolução Argelina e das barbáries da ocupação francesa.

 

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