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Putin acusa EUA de orquestrar conflito na Geórgia
O primeiro-ministro russo foi entrevistado pela CNN e disse não ter dúvidas de que Washington incitou a Geórgia a atacar a Ossétia para criar um conflito que possa beneficiar um dos candidatos à Casa Branca. A escalada verbal chegou aos meios diplomáticos, com ameaças de sanções à Rússia e do rasgar do acordo de cooperação nuclear com os EUA para fins civis.
Vladimir Putin baseou esta acusação e informações prestadas pelos seus conselheiros de defesa, mas não apresentou nenhuma prova para estas afirmações. Seguindo o raciocínio de Putin, este regresso ao clima de "guerra fria" traria vantagens para o candidato mais experiente em política externa, o republicano John McCain.
A porta-voz da Casa Branca já veio refutar estas acusações de Putin. Dara Perino disse que "dar a entender que os EUA orquestraram tudo isto para favorecer um candidato político não parece racional".
Putin foi mais longe nesta entrevista, dizendo que havia norte-americanos no local do conflito durante os combates que opuseram georgianos a russos e milícias independentistas ossetas e abkhazes. Para o primeiro-ministro russo, isso só é possível porque estavam a "seguir ordens, fazendo o que os mandavam, e o único que lhes podia ter dado essas ordens era o seu líder".
Entretanto, na Geórgia, o parlamento apelou ao governo para que corte relações diplomáticas com a Rússia e as movimentações diplomáticas prosseguiram nos últimos dias.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da França, que ocupa a presidência da UE, pôs a hipótese de existirem sanções a Moscovo aprovadas por todos os 27 Estados da União. Bernard Kouchner convocou para a próxima segunda feira uma cimeira de emergência para avaliar as relações UE/Rússia.
Para o governo de Putin, na voz do ministro dos estrangeiros Sergei Lavrov, a ameaça de sanções é o produto duma "imaginação doentia" que mostra como o ocidente está confuso com toda a situação criada pelo conflito.
A porta-voz da Casa Branca confirmou que o fim do acordo nuclear para fins civis "está a ser discutido" e anunciou o envio de 5,75 milhões de dólares em ajuda às necessidades da Geórgia para alojar e alimentar os refugiados da guerra.
Por seu lado, o presidente russo Medvedev não conseguiu que os parceiros asiáticos o seguissem no reconhecimento da independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, mas anunciou o sucesso do teste do míssil de longo alcance Topol no leste da Rússia. Um míssil com capacidade para ulrapassaro projectado escudo anti-míssil que os EUA querem construir no leste europeu.