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Newsletter de 16 de Abril 2019

Catedral de Notre-Dame consumida por violento incêndio

Bom dia,

Enquanto o mundo ainda tenta perceber o que se salvou do violento incêndio que devastou a catedral de Notre-Dame ontem à noite, Portugal viu desaparecer a escritora Maria Alberta Menéres, responsável pela iniciação à leitura de tantas crianças e jovens portugueses nas últimas décadas.

Na atualidade política nacional, o ministro das Finanças apresentou o Programa de Estabilidade que o governo vai mostrar a Bruxelas. Para Mariana Mortágua, trata-se de um programa sem ambição e que apenas está preocupado em entrar no "campeonato europeu da décima" uma competição em que Centeno vem ganhando pontos ao ir além das metas dos défices, despejando em seguida o montante dessa folga orçamental no buraco do Novo Banco.

Por falar em dinheiro dos contribuintes entregue aos bancos, os deputados discutem em breve o que fazer aos créditos fiscais acumulados pela banca graças a uma lei do governo PSD/CDS, que lhes permitem abater 3.8 mil milhões de euros nos impostos a pagar nos próximos anos. São os “Ativos por Impostos Diferidos” e há duas propostas sobre o que lhes fazer: a do governo, que impede voltem a ser criados mas nada faz com os existentes; e a do Bloco, que pretende aplicar uma taxa anual de 1.5% ao capital dessa “borla fiscal” do tempo da troika.

Ontem foi dia de protesto ambiental em Lisboa, organizado pelo movimento Extinction Rebellion Portugal. Os ativistas reafirmam a urgência de abandonar os combustíveis fósseis a tempo de salvar a vida no planeta e apontaram o dedo ao ministro do Ambiente. Matos Fernandes era o anfitrião da cimeira promovida pela Associação Internacional de Comércio de Emissões, composta por grandes petrolíferas e bancos de investimento que lucram com este mecanismo.

Longe do hotel Ritz, os motoristas que ganham a vida a transportar combustíveis e outras matérias perigosas escolheram o mesmo dia para entrar em greve por tempo indeterminado, reclamando o reconhecimento desta categoria profissional e o fim das ajudas de custo ilegais. Os patrões da ANTRAM têm recusado estas reivindicações e não querem voltar a reunir com o sindicato, depois do governo ter promovido na semana passada um encontro que acabou sem acordo.

Na nossa secção de opiniões, temos artigos de Vasco Barata sobre a experiência dos julgamentos com jurados em Portugal, de Pedro Filipe Soares acerca da imagem do buraco negro e a negação da ciência, e de Miguel Guedes sobre o Brexit adiado para o Halloween.

E temos ainda duas sugestões literárias na agenda, ambas em Lisboa e à mesma hora, 18h30: no museu do Aljube, Irene Flunser Pimentel apresenta “Esquecidos de Abril - os Mortos da Revolução Sem Sangue”, a investigação de Fábio Monteiro sobre as histórias dos seis mortos no dia da Revolução portuguesa; e no piso 6 do Corte Inglés estará José Pacheco Pereira a apresentar “Que Fazer Contigo, Pá?”, o novo romance de Carlos Vale Ferraz, pseudónimo do coronel do Exército na reforma Carlos de Matos Gomes.