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Bruxelas: Seis portugueses detidos em protesto contra "banquete dos ricos"

A manifestação de protesto contra o "banquete dos ricos" juntou algumas centenas de pessoas à porta do jantar do think-tank "Amigos da Europa", onde participaram Durão Barroso e Van Rompuy, entre outros políticos e empresários. Os cerca de cem detidos, entre os quais três membros da delegação bloquista no Parlamento Europeu, foram libertados horas depois.
Lá dentro, a elite promove um banquete. Cá fora a polícia reprime os protestos contra a austeridade. Foto Ricardo Sá Ferreira

O protesto em frente à Conferência dos Amigos da Europa juntou sindicalistas, militantes políticos e ativistas do movimento alterglobalização. "Eles mandam-nos apertar o cinto enquanto enchem a pança!", diz o comunicado dos Comités de Ação contra a Austeridade na Europa, que convocou este protesto contra a austeridade.

A intervenção policial surgiu ao início da noite, com os agentes a cercarem os manifestantes até conseguirem deter cerca de uma centena de pessoas, que foram algemadas e transportadas para um edifício militar. Entre eles estão seis portugueses, três dos quais assistentes da delegação do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu.  

Dentro do banquete encontram-se as figuras que fazem parte da elite político-financeira europeia, responsáveis pelo rumo da Europa em direção à austeridade e ao ataque aos direitos de quem trabalha. Entre eles estão os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu, Durão Barroso e Herman Van Rompuy, ou o magnata George Soros, num repasto financiado pela multinacional da energia GDF Suez.

Na sua intervenção na Conferência que antecedeu o banquete, Durão Barroso tentou descartar as suas responsabilidades pela crise que se vive na Europa. "As decisões não são tomadas pelas instituições europeias, mas sim pelos Governos da Europa", afirmou Barroso, acrescentando que quando a troika visita os países-alvo dos memorandos, "estamos a atuar sob um mandato que temos".

"Não é a Comissão que toma as decisões. A Comissão faz uma avaliação da situação, apresenta algumas propostas, mas depois, todas as decisões - e, repito, todas as decisões - foram aprovadas unanimemente - unanimemente - pelos Estados-membros da Zona Euro, incluindo os governos dos países sob programa", concluiu Barroso, citado pela agência Lusa.

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