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Greve Geral na ordem do dia

O povo, que no sábado protestou, não pode baixar a guarda. A emergência de novas lutas, de novos protestos, de novos formatos de convergência está na ordem do dia.

Desta vez não houve guerra de números! A multidão que saiu ás ruas em dezenas de cidades do País não deixou qualquer dúvida de que a comparação só pode ser feita com o 1º de Maio de 1974.

A raiva expressa nos cartazes matizados onde cada um e cada uma colocou as dificuldades da vida e a revolta contra a Troika e o governo, é bem demonstrativa que não existe qualquer equívoco na identificação de quem são os carrascos de todo um povo que se começa a erguer exigindo dignidade.

A certeza e a força posta na frase mais gritada em todas as manifestações “O Povo Unido Jamais será vencido” expressam também que não é mais possível a este governo continuar a mentira em que tem envolvido todas as suas medidas.

O discurso de formato novo que o governo introduziu para sustentar políticas conservadoras, onde a proteção social assenta na filosofia do “ou uma migalha ou nada”, onde a baixa de salários, a precariedade e os direitos laborais “ou isto ou o desemprego”, tem amedrontado as pessoas que, se sentem vergadas pela necessidade de sobrevivência.

Mas este discurso não tem apenas sido direcionado aos mais pobres dos pobres, ele visa também as classes médias quando lhes imputa a ideia de que viveram acima das suas possibilidades e portanto chegou a hora de acertar as contas.

É certo que para baralhar as mentes existem de vez em quando uns Paulos Portas que nos vêm dizer que “estão fazendo o que não queriam em nome do interesse nacional” De quem?

O valor da palavra de Paulo Portas está ferido de morte quando passou do discurso do “Confisco” para cortar salários e pensões. Não há argumento que lhe valha neste momento. Ele é corresponsável desta desgraçada governação. Tem a mesma credibilidade que Passos Coelho quando num discurso à porta fechada anunciava a recuperação económica para 2013 e de seguida anunciava mais medidas recessivas.

O que este gigantesco protesto demonstrou é que há uma viragem na compreensão das medidas e do discurso mentiroso que tem sido utilizado para as implementar.

Mas o povo, que no sábado protestou, não pode baixar a guarda. A emergência de novas lutas, de novos protestos, de novos formatos de convergência está na ordem do dia.

A Greve Geral faz parte dessa necessidade.

Sobre o/a autor(a)

Dirigente do Bloco de Esquerda, funcionária pública.
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